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Secretário de Estado dos EUA chega a Israel para negociações de cessar-fogo em Gaza

Antony Blinken visita Tel Aviv em meio a sinais de que um acordo para cessar-fogo ainda está distante, apesar dos esforços internacionais

Antony Blinken faz sua nona visita à região desde o começo da guerra entre Israel e Palestina. (Rodrigo Oropeza/Getty Images)

Antony Blinken faz sua nona visita à região desde o começo da guerra entre Israel e Palestina. (Rodrigo Oropeza/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 19 de agosto de 2024 às 06h11.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, desembarcou em Israel no domingo, 18, para participar de negociações decisivas que visam consolidar um cessar-fogo duradouro no conflito de Gaza, que já dura dez meses. No entanto, tanto autoridades israelenses quanto do Hamas indicaram que um avanço nas negociações pode não estar tão próximo quanto sugerido pelos mediadores internacionais.

De acordo com o The Guardian, Blinken chegou a Tel Aviv, em Israel, como parte dos esforços renovados dos americanos para mediar um cessar-fogo, especialmente após os assassinatos de líderes importantes do Hezbollah e do Hamas no mês passado. Um cessar-fogo é visto como crucial para evitar que a situação na região escale para um conflito em larga escala, envolvendo outros atores como o Irã e o Hezbollah.

Durante sua nona visita à região desde o início do conflito, Blinken buscará finalizar um acordo que inclua o cessar-fogo e a libertação de reféns e prisioneiros. Ele se reunirá com líderes importantes, incluindo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, antes de seguir para o Egito.

Apesar do tom otimista adotado pelos mediadores internacionais após dois dias de negociações em Doha, no Catar, na semana passada, o Hamas afirmou que a ideia de que um acordo está próximo é "uma ilusão". Em resposta, Netanyahu enfatizou que é o Hamas que precisa ceder, alegando que a pressão deveria ser direcionada à organização e não ao governo israelense.

Seis semanas de trégua

O plano em discussão, que foi proposto em maio pelo presidente dos EUA e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, prevê um cessar-fogo inicial de seis semanas, durante o qual reféns israelenses seriam libertados em troca de prisioneiros palestinos, e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza seria ampliada. Diferente da trégua de uma semana que colapsou no final de novembro, esse cessar-fogo seria prolongável indefinidamente enquanto as negociações continuam.

Contudo, a versão mais recente do plano inclui novas demandas israelenses, como a presença militar permanente ao longo da fronteira Gaza-Egito e no corredor de Netzarim. Israel argumenta que essas medidas são necessárias para evitar o rearmamento do Hamas, enquanto o grupo palestino insiste na retirada total das tropas israelenses como condição para encerrar o conflito.

Mesmo com as especulações sobre um cessar-fogo, a violência em Gaza continua. Ataques aéreos israelenses mataram 28 pessoas durante a noite de sábado para domingo, incluindo uma mulher e seus seis filhos na cidade de Deir al-Balah. Em Tel Aviv, uma explosão deixou uma pessoa morta, e o Hezbollah intensificou suas ações no sul do Líbano, aumentando as tensões na região.

A situação humanitária em Gaza é crítica, com quase toda a população de 2,3 milhões de pessoas deslocada e um número crescente de vítimas, incluindo casos de poliomielite, a primeira ocorrência em 25 anos. A comunidade internacional continua a pressionar por uma solução pacífica, mas as negociações permanecem complexas e longe de uma resolução definitiva.

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