"Se o Congresso deixar de agir no ano que vem, o Departamento de Defesa enfrentará cortes devastadores", disse o secretário Leon Panetta (Mark Wilson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2011 às 08h18.
Washington - Cortes orçamentários automáticos, um possível resultado da falta de acordo numa comissão parlamentar especial que buscou reduzir o déficit público dos EUA, podem deixar um "rasgo" na defesa dos EUA, disse na segunda-feira o secretário de Defesa, Leon Panetta.
A chamada supercomissão terminou seus trabalhos na segunda-feira, sem chegar a um acordo sobre como cortar 1,2 trilhão de dólares do déficit público.
O impasse pode levar a restrições adicionais de 600 bilhões de dólares para o orçamento militar ao longo de dez anos, a partir de 2013.
"Se o Congresso deixar de agir no ano que vem, o Departamento de Defesa enfrentará cortes devastadores, automáticos, generalizados, que deixarão um rasgo na defesa nacional", disse Panetta em nota.
"O meio trilhão em cortes adicionais exigidos pelo contingenciamento levaria a uma força oca, incapaz de sustentar as missões que receber." Os republicanos prometeram apresentar um projeto que proteja as Forças Armadas dos cortes orçamentários. Mas o presidente Barack Obama, democrata, disse que vai vetar qualquer tentativa de burlar o contingenciamento automático.
Obama acusou os republicanos de sabotarem os esforços da supercomissão, ao rejeitarem um aumento tributário para os norte-americanos mais ricos.
Panetta disse apoiar Obama em seu "apelo ao Congresso para evitar uma forma fácil para sair desta crise". "O Congresso não pode simplesmente desativar o mecanismo de contingenciamento, mas em vez disso deve aprovar uma redução do déficit que seja pelo menos igual ao 1,2 trilhão de dólares que ela foi encarregada de aprovar." Nos últimos meses, Panetta pediu repetidamente ao Congresso que não imponha à segurança nacional cortes superiores aos mais de 450 bilhões de dólares já aprovados em agosto pelos parlamentares.
Panetta disse que o Pentágono tem a obrigação de contribuir com a disciplina fiscal do governo, mas acrescentou que sua prioridade como secretário de Defesa é "proteger a segurança da nação." Ele alertou que os cortes automáticos põem em xeque a capacidade do Pentágono para apoiar adequadamente os militares dos EUA e seus parentes. "Nossas tropas merecem mais, e nossa nação merece mais", concluiu.