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Secretário americano diz que não haverá deportação em massa

Segundo Kelly, os Estados Unidos manterão uma "estreita colaboração com o governo do México"

"Quero deixar muito claro que não existirão deportações em massa e que o Departamento de Segurança Nacional atuará fazendo o certo e respeitando os direitos humanos" (Carlos Barria/Reuters)

"Quero deixar muito claro que não existirão deportações em massa e que o Departamento de Segurança Nacional atuará fazendo o certo e respeitando os direitos humanos" (Carlos Barria/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 17h56.

Cidade do México - O secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kelly, garantiu nesta quinta-feira a altos cargos do governo do México que não serão feitas deportações em massa nem operações militares contra os imigrantes mexicanos nos Estados Unidos.

"Quero deixar muito claro que não existirão deportações em massa e que o Departamento de Segurança Nacional atuará fazendo o certo e respeitando os direitos humanos. Não haverá uso de forças militares em operações migratórias", disse Kelly, de visita oficial no país com o secretário de Estado americano, Rex Tillerson.

Kelly expressou esta postura após escutar Tillerson e os secretários mexicanos de Relações Exteriores, Luis Videgaray, e de Governo (Interior), Miguel Ángel Osorio Chong, com os quais participou de uma declaração de imprensa conjunta na qual não admitiram perguntas dos jornalistas.

Segundo Kelly, os Estados Unidos manterão uma "estreita colaboração com o governo do México" nesses aspectos.

"A amizade de nossa fronteira é grande e o que une os funcionários mexicanos com os funcionários dos Estados Unidos são laços de responsabilidade e amizade", enfatizou.

De acordo com o secretário de Segurança Nacional americano, "todas as deportações serão feitas conforme o marco legal e o enfoque das deportações será sobre pessoas com antecedentes criminais".

Kelly também revelou que também abordou com os secretários mexicanos "a necessidade de reduzir as causas de expulsão de migrantes da América Central", de onde procedem muitos dos imigrantes irregulares que chegam aos EUA via México.

"Não será feito uso da força militar nas operações de fronteira e haverá uma operação sistemática, organizada e focada na entrega de resultados. Tudo será feito de modo que respeite a dignidade humana porque é assim que operam o Exército mexicano e o Exército dos Estados Unidos", comentou.

"O que acontece no México também afeta a segurança dos Estados Unidos e juntos nossos países administrarão a fronteira com mais cruzamentos do mundo", com pessoas que "trabalham combatendo o tráfico humano, de produtos" e outros problemas desse âmbito, acrescentou.

Kelly também opinou que "as migrações devem ser seguras" ao reconhecer que os migrantes que tentam chegar da América Central aos Estados Unidos enfrentam "uma viagem extremamente perigosa".

"A falta de oportunidades econômicas na América Central" é o que faz com que "essa maravilhosa gente" corra esses riscos, lamentou.

Diante deste cenário, o representante americano ressaltou que os governos do México e EUA se comprometeram a tornar as fronteiras "mais seguras" e compartilhar "preocupações comuns", como o tráfico de armas e drogas.

Minutos antes, Osorio Chong disse que o México "considera que o esquema de coordenação e os mecanismos de cooperação" existentes com os EUA "requerem um diálogo permanente que ponha as necessidades de ambos os países em primeiro lugar".

"Insistimos na necessidade de manter os esquemas de repatriação ordenada e de garantir o respeito dos direitos humanos" dos migrantes, revelou sobre as reuniões realizadas entre as duas delegações.

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