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Seca atinge navegação e abastecimento na Amazônia

Dez rios estão com níveis abaixo da média; Capitania dos Portos proibiu o transporte em determinados períodos

O rio Solimões é um dos que foram afetados pela seca na Amazônia (Divulgação)

O rio Solimões é um dos que foram afetados pela seca na Amazônia (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Uma das maiores secas dos últimos anos registrada na Amazônia já atinge a navegação, abastecimento e transporte de algumas comunidades da região, de acordo com informações da Agência Nacional de Águas (ANA). Por causa da falta de chuva, os rios Javari, Juruá, Japurá, Acre, Negro, Purus, Iça, Jutaí, Solimões e Madeira, que têm papel fundamental para o transporte e o abastecimento de alimentos, medicamentos e combustíveis, estão com níveis abaixo da média.

Em razão disso, a Capitania dos Portos da região proibiu o transporte por barcos de alimentos e passageiros no período noturno e ameaça suspender por tempo indeterminado o transporte de veículos pesados pelas balsas, o que pode prejudicar o abastecimento de alimentos e outras mercadorias essenciais, como combustíveis, nos Estados de Rondônia e, principalmente, do Acre.

Além da proibição, a população necessita percorrer grandes distâncias para obter água de boa qualidade, já que, em muitos casos, a qualidade da água disponível está comprometida devido à mortandade de peixes, segundo a ANA.

Dados da estação telemétrica de Tabatinga (MA) indicam queda acentuada no nível do Rio Solimões na cidade, o que dificulta a navegação até Tefé, fazendo com que, por razões de segurança, a navegação seja limitada ao período diurno.


Rios

No Porto de Manaus, o nível do Rio Negro estava em 20,67 metros no último dia 8, mas vem baixando dia a dia. A menor cota já registrada no Porto foi de 13,64 metros, em 1963. No Rio Abunã, em Porto Velho, em Rondônia, desde maio a cota medida também vem acompanhando os níveis da estiagem de 2005, embora uma pequena ascensão tenha sido observada a partir do dia 3 deste mês.

Em Eirunepé, o nível de água está 1,37 metro acima da máxima vazante registrada em 10 de setembro de 1995. Em Gavião, o nível está 2,14 metros acima do valor registrado em 2005, ano da maior vazante.

Os níveis de água continuam muito baixos nas duas estações monitoradas no Rio Purus. Em Rio Branco, no Acre, o nível do Rio Acre está apenas 23 centímetros acima da maior vazante registrada na série histórica, que ocorreu em 14 de setembro de 2005. Em Boca do Acre, no Rio Purus, o nível de água está só 55 centímetros acima da vazante máxima, registrada em 7 de outubro de 1998. O nível de água atual do Rio Japurá está 2,19 metros abaixo do nível registrado na mesma data em 2009. Apenas a Bacia do Rio Negro apresenta níveis normais para o período.

Os níveis de água continuam com valores abaixo dos registrados nos anos das vazantes máximas em todas as estações monitoradas, exceto Tabatinga, onde o nível atual está 74 centímetros acima da máxima vazante histórica, que ocorreu em 29 de setembro de 2005.

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