Sede da Scotland Yard, em Londres: a população da capital é formada por 40% de minorias étnicas (Dan Kitwood/GETTY IMAGES)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 11h28.
Londres - A Polícia Metropolitana de Londres (Met) está apoiando a admissão de agentes de minorias étnicas visando a um equilíbrio com os brancos, já que nove em cada dez policiais são brancos, indica em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal "The Guardian" o subcomissário da Met, Simon Byrne.
Byrne disse que a força avalia como iniciar a chamada "discriminação afirmativa", que permite a admissão de mais policiais de diversas origens étnicas, em vez de priorizar, como ocorre atualmente, aos brancos.
A situação atual contrasta com os dados do último censo de população realizado em Londres, pois revelaram que a população da capital é formada por 40% de minorias étnicas.
"Não seguimos o ritmo (demográfico) de Londres... O que precisamos superar, em legado e história, é que fomos majoritariamente, inicialmente, uma organização dominada por homens brancos", disse o subcomissário da Met ao veículo.
Por sua vez, o inspetor chefe do corpo de Polícia de Manchester, Peter Fahy, considerou que a composição étnica atual da Scotland Yard faz com que a luta contra o terrorismo do órgão seja "menos efetiva".
"Uma grande parte da luta contra o terrorismo e o crime acontece mediante a recopilação de informação dos serviços secretos; a base de ter gente que saiba como conhecer as pessoas das comunidades locais para passar informação", observou.
No passado, as tentativas por parte das forças da ordem de que o Executivo britânico chegasse a uma mudança na atual situação se estagnaram.
No entanto, "The Guardian" acrescenta que agora a Met poderia ter sucesso em seu novo pedido, já que as minorias étnicas de Londres são muito maiores que as do restante do país.
Para poder implementar a "discriminação afirmativa" seria preciso aprovar uma legislação que, segundo lembra o jornal, foi bem-sucedida na Irlanda do Norte, onde foi aplicado um programa que durou uma década e terminou em 2011, que exigia que para cada policial protestante fosse recrutado um católico.
Byrne declarou que o corpo policial agiu após escutar "a contínua preocupação do público" e perante as críticas contra a polícia por ser "demais branca".
Segundo a "Associação Nacional de Polícia Negra", as forças policiais continuam sendo "institucionalmente racistas".
Além disso, o recente assassinato de um soldado britânico no bairro londrino de Woolwich (sul da capital) por dois supostos radicais islâmicos evidenciou os problemas religiosos e raciais na capital.