O médico americano Kent Brantly em Monróvia, na Libéria (Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2014 às 21h28.
Atlanta - O médico norte-americano Kent Brantly, que contraiu ebola enquanto trabalhava em um centro de apoio aos infectados pela doença na Libéria, disse nesta sexta-feira que se sente mais forte a cada dia que passa.
O estado de saúde de Nancy Writebol, outra voluntária que foi contaminada pelo vírus, também está melhorando, informou seu marido.
Os dois estão sendo tratados na ala de isolamento de uma unidade de saúde em Atlanta, nos EUA. Eles foram infectados enquanto trabalhavam em uma clínica missionária nas proximidades da capital da Libéria.
Escrevendo de seu quarto isolado, Brantly informou que não viajou para a África especificamente para tratar pacientes com a doença, mas seu trabalho acabou envolvendo um número cada vez maior de pessoas que contraíram o vírus.
"Eu segurei as mãos de incontáveis indivíduos cuja vida foi tirada por essa terrível doença. Eu testemunhei o horror em primeira mão, e eu ainda consigo lembrar cada rosto e cada nome", relatou o médico.
"Estou ficando mais forte a cada dia que passa e eu agradeço a Deus por sua misericórdia e pela força para lutar contra essa terrível doença."
O marido de Writebol, David, que continua na Libéria, conversou com repórteres por telefone e afirmou que, embora ele não tenha entrado em contato direto com os médicos que estão tratando sua esposa, seu filho informou que ela está mostrando melhoras.
"Eu não diria que ela está a salvo", lamentou David. "Eu diria que ela está sob o cuidado de mãos muito capazes e está sendo bem cuidada."
Brantly e Writebol receberam doses de uma droga experimental antes de deixarem a Libéria. David informou que sua esposa tomou outra dose do medicamento quando chegou a Atlanta.
O tratamento, que trabalha no reforço ao sistema imunológico dos pacientes, ainda está em desenvolvimento e não havia sido testado em humanos.
Também nesta sexta-feira, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, declarou estado nacional de emergência, em uma tentativa de controlar e conter o avanço da epidemia de ebola no país.
Ele aprovou um plano de intervenção especial e a liberação de 1,9 bilhões de nairas (cerca de US$ 6 milhões) para sua implementação.
O financiamento será usado para "fortalecer as medidas que já estão sendo tomadas para controlar o vírus, como o estabelecimento de centros de isolamento adicionais, o gerenciamento de casos da doença, a investigação de rastros de contágio, o envio de médicos e enfermeiros adicionais, além da obtenção dos itens e das instalações necessários".