Funcionário da Malaysia Airlines escreve mensagem de apoio aos passageiros do voo desaparecido MH370 no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur (MANAN VATSYAYANA/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2014 às 11h58.
Washington/Londres - Um esforço internacional sem precedentes está em andamento a partir do espaço para rastrear o avião de passageiros da Malásia desaparecido no fim de semana, com operadores de satélite, agências governamentais e nações rivais vasculhando dois oceanos em busca de destroços ou informações.
Seis dias após o desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines MASM.KL, com 239 pessoas a bordo, a procura se estendeu ao Mar de Andaman, no noroeste da Península Malaia, a partir de uma pista preciosa, detectada em órbita - um sinal eletrônico efêmero identificado cinco ou seis vezes depois que o avião perdeu contato.
Agências de defesa civil e governos têm cooperado, apesar de divergências políticas, e na ausência de uma investigação formal estão encontrando maneiras informais de partilhar informações, incluindo a via da agência meteorológica chinesa, disse uma pessoa envolvida no rastreamento do avião.
"Eu nunca tinha visto antes tal nível de envolvimento dos satélites em investigação de acidentes", disse Matthew Greaves, chefe do Centro de Segurança e Investigação de Acidentes, da Universidade de Cranfield, em Bedford, Inglaterra. "Ele vai ficar mais importante, até se encontrar alguns destroços." Vários governos estão usando satélites de imagens - as plataformas que levam fotos de alta definição -, e os dados de satélites de comunicações do setor privado também estão sendo examinados.
Só a China diz ter colocado dez satélites na busca, uma indicação de sua crescente influência no espaço. Os Estados Unidos estão usando todos os recursos de que dispõem para a área em questão, inclusive satélites electro-ópticos de resolução muito elevada que podem identificar a placa de um carro a partir do espaço, disseram funcionários do governo dos EUA.
"Há uma grande quantidade de satélites olhando para essa área do mundo", disse uma fonte familiarizada com a rede de satélites de segurança nacional dos EUA.
"Agulha num Palheiro"
Embora tenham chegado ao espaço, as nações com satélites em órbita estão desamparadas com a escala da tarefa na Terra.
"É como procurar uma agulha num palheiro, a área é enorme. Encontrar rapidamente qualquer coisa vai ser muito difícil", disse Marc Pircher, diretor do centro espacial de Toulouse, dirigida pela agência espacial da França a CNES.
"A área e a dimensão da tarefa é tal que 99 por cento do que você está recebendo são alarmes falsos." Com nenhuma evidência firme sobre onde o local para onde o avião estava indo, mesmo onde ou se ele caiu ou se ele pousou, as autoridades ainda não iniciaram uma investigação oficial. Até que essas perguntas sejam respondidas, permanece incerto qual país seria responsável por essa investigação.