Sarkozy conversa com Merkel depois que a Alemanha fracassou em um leilão de bônus na quarta-feira (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2011 às 08h16.
Paris/Berlim - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pressionará nesta quinta-feira a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para deixar o Banco Central Europeu (BCE) agir decisivamente e salvar a zona do euro da crise de dívida soberana, que agora chega à Alemanha.
As autoridades francesas esperam que Berlim desista de sua oposição a um papel maior do BCE no combate à crise, depois que a própria Alemanha fracassou em um leilão de bônus na quarta-feira, destacando como os investidores estão evitando até o investimento mais seguro da Europa.
"Há urgência (para a intervenção do BCE). Nós conversaremos sobre isso hoje em Estrasburgo", disse o ministro francês do Exterior, Alain Juppé, à rádio France Inter, horas antes da reunião com líderes alemães e italianos na cidade do leste francês.
"Eu acho e espero que o pensamento evolua e que o BCE deva ter um papel essencial para restabelecer a confiança", disse Juppé.
Sarkozy chegou mais perto de Merkel nesta semana ao concordar em emendar o tratado da União Europeia para permitir que poderes intrusivos mudem Orçamentos nacionais em nações que saiam dos trilhos na zona do euro. Mas a líder alemã manteve sua posição, reiterando que o tratado impede que o BCE atue como credor de última instância para comprar bônus de governos do bloco.
Merkel, Sarkozy e o novo premiê da Itália, Mario Monti, também devem discutir as reformas planejadas pelo governo tecnocrata de Roma, que volta às graças da Europa depois da era de escândalos do ex-premiê Silvio Berlusconi, que renunciou neste mês.