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Sarkozy e Merkel realizarão em Paris cúpula crucial para crise europeia

Segundo a presidência francesa, durante esta cúpula os líderes tentarão elaborar propostas comuns sobre a reforma da governança da zona do euro

Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, realizam na próxima terça-feira em Paris uma cúpula especial com o objetivo de frear a crescente desconfiança na zona do euro (Michel Euler/AFP)

Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, realizam na próxima terça-feira em Paris uma cúpula especial com o objetivo de frear a crescente desconfiança na zona do euro (Michel Euler/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 18h04.

PARIS - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, realizam na próxima terça-feira em Paris uma cúpula especial com o objetivo de frear a crescente desconfiança na zona do euro que provoca a crise da dívida e que desatou uma tempestade nos mercados na semana passada.

Segundo a presidência francesa, durante esta cúpula os líderes tentarão elaborar "propostas comuns sobre a reforma da governança da zona do euro", num momento em que ambos os países têm ideias diferentes para tentar encontrar soluções duráveis e evitar um possível desaparecimento da zona do euro.

A crise não está afetando a Alemanha e a França da mesma forma. Após Grécia, Portugal, Espanha e Itália, a França passou a ser alvo dos altos e baixos dos mercados financeiros nos últimos dias.

Assim, os bancos franceses sofreram fortes baixas e especulou-se sobre a possibilidade de que agências de classificação rebaixassem a nota da França, que atualmente é a mais alta concedida a um país (AAA).

Para Paris, é preciso pensar rapidamente mudanças em relação à governança da zona do euro e implementar as decisões tomadas na cúpula da zona do euro de 21 de julho.

A chanceler alemã, que não fez declarações desde o início desta tempestade, procura mostrar-se serena. Em Berlim, a imprensa enfatiza mais uma vez o contraste com o presidente francês, que anunciou que interrompia suas férias na semana passada para presidir uma reunião de crise.
Vários dirigentes alemães expressaram durante o fim de semana suas dúvidas em relação a algumas propostas de outros países europeus, tendentes a ir transformando a dívida dos países em dívida comum.

"Não se pode ir mais além. Não se pode unificar as dívidas nem dar ajuda ao infinito. Há mecanismos de apoio que podem ser seguidos sendo modificados em condições estritas", declarou no sábado o ministro das Finanças alemão,
"Vamos reforçar sensivelmente o pacto de estabilidade" que prevê sanções para os países membros da zona do euro que tenham um déficit orçamentário superior a 3% do PIB, declarou.

A Alemanha descarta a possibilidade de emitir obrigações europeias e também se opõe a aumentar a capacidade de empréstimo do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que é atualmente de 440 bilhões de euros. Este fundo serve para apoiar os países individados da zona do euro e talvez seja utilizado no futuro, sob certas condições, para comprar no mercado a dívida de países da região.

Os aliados liberais de Merkel a alguns parlamentares de seu próprio partido a incitam a não realizar concessões na questão, num momento em que acredita-se que a opinião pública alemã tem a impressão de pagar as dívidas dos demais e manifesta seu ceticismo em relação ao euro.

Para o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, Merkel e Sarkozy "não têm mais escolha a não ser chegar a um acordo. Têm que aproximar seus pontos de vista, provavelmente mais do que gostariam e de preferência na reunião da próxima semana".
A França deve anunciar no dia 24 de agosto severas medidas orçamentárias para que o déficit volte a ser inferior a 3% do PIB, dias após o anúncio do novo plano de austeridade italiano.

A Itália prevê economizar 45,5 bilhões de euros em dois anos com este novo plano de austeridade anunciado na sexta-feira, e espera pôr fim aos ataques especulativos. Estas novas medidas somam-se às adotadas em meados de julho pelo Parlamento por um total de 48 bilhões de euros.

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