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Sarkozy é detido em investigação por tráfico de influência

O ex-presidente da França deve responder pelas suspeitas de sua relação em um caso de tráfico de influências e violação do sigilo da investigação

Nicolas Sarkozy: é a primeira vez que um ex-presidente tem prisão preventiva decretada (Valery Hache/AFP)

Nicolas Sarkozy: é a primeira vez que um ex-presidente tem prisão preventiva decretada (Valery Hache/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2014 às 06h52.

Paris - O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi intimado para um interrogatório nesta terça-feira e colocado sob custódia da Polícia Judiciária de Nanterre, cidade próxima a Paris, pelas suspeitas de sua relação em um caso de tráfico de influências e violação do sigilo da investigação.

Segundo a imprensa francesa, os agentes o colocaram em regime de "garde à vue" (prisão preventiva), uma medida inédita para um ex-presidente e durante a qual ficará detido pela Polícia Judiciária, com direito à assistência jurídica, o que permite que seja interrogado em até 48 horas.

Os investigadores tentam determinar se o ex-chefe de Estado e algumas pessoas de seu entorno criaram uma "rede" de informações que o deixava a par da evolução dos processos judiciais que o envolviam entre 2007 e 2012.

Sarkozy chegou à sede policial pouco depois das 8h locais (3h de Brasília) e um dia depois que foram interrogados seu advogado, Thierry Herzog, e dois juízes do alto escalão da Corte de Apelação francesa, Gilbert Azibert e Patrick Sassoust, que permanecem em regime de prisão preventiva.

Azibert, que é ligado ao advogado do ex-presidente, é suspeito de receber informações de conselheiros do Supremo Tribunal francês sobre os avanços na investigação do suposto financiamento ilegal da campanha que levou Sarkozy à Presidência.

De acordo com essa tese, o defensor de Sarkozy prometeu ao magistrado, em contrapartida, que o ex-presidente o ajudaria a conseguir um cargo na administração de Mônaco.

O caso investiga, entre outros assuntos, se Sarkozy recebeu financiamento ilegal para sua campanha presidencial por parte da multimilionária herdeira do grupo de cosméticos L"Oréal, Liliane Bettencourt, e do deposto ditador líbio Muammar Kadafi.

A investigação estava relacionada, originalmente, com as averiguações iniciadas em abril de 2013 para determinar se parte da campanha que levou Sarkozy à Presidência foi financiada pelo regime líbio.

Os grampos aos quais Sarkozy foi submetido posteriormente levaram à abertura, em fevereiro, de uma investigação judicial pelas acusações de "violação do sigilo da investigação" e de "tráfico de influências". 

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