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Sarkozy diz que castigará consulta a sites pró-terrorismo

Pela proposta, também devem ser punidos os indivíduos que viajam para outros países com o objetivo de doutrinarem-se nesse tipo de ideologias

O presidente da França, Nicolas Sarkozy: 'a luta contra o terrorismo é um combate contínuo, que não permite nenhum relaxamento, nenhuma fraqueza'  (Eric Feferberg/AFP)

O presidente da França, Nicolas Sarkozy: 'a luta contra o terrorismo é um combate contínuo, que não permite nenhum relaxamento, nenhuma fraqueza' (Eric Feferberg/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 11h26.

Paris - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta quinta-feira uma reforma legislativa para impor penas aos que visitam sites de apologia ao terrorismo e à violência e aos indivíduos que viajam para outros países com o objetivo de doutrinarem-se nesse tipo de ideologias.

'Vamos reprimir a propagação de ideologias extremistas como crime previsto no Código Penal', ressaltou Sarkozy em uma declaração a partir do Palácio do Eliseu sobre a operação policial que matou o assassino confesso de sete pessoas em Toulouse e Montauban nos últimos dias.

O chefe do Estado defendeu a ação na qual foi feito todo o possível para que o assassino Mohammed Merah, um jovem francês de origem argelina de 23 anos, respondesse na Justiça pelos seus crimes. 'Mas não podíamos expor vidas com esse objetivo: já tivemos muitas mortes', acrescentou.

Segundo relato do ministro do Interior, Claude Guéant, Merah respondeu atirando à invasão do corpo de elite da Polícia RAID - dois agentes ficaram feridos -, e continuou disparando pela janela do apartamento no qual estava cercado há mais de 32 horas pelas forças da ordem.

O presidente disse que 'há uma investigação em andamento para determinar se ele teve cúmplices' no assassinato de três crianças e um professor em uma escola judia de Toulouse e de três militares, um nessa mesma cidade e outros dois na vizinha Montauban.

'A França demonstrou sangue frio e determinação', se manteve 'unida', destacou antes de pedir à população que supere a indignação e ressaltar que 'os muçulmanos não têm nada a ver com as motivações loucas de um terrorista'.


Para ilustrar, ele lembrou que antes de matar as crianças judias, o assassino tinha disparado contra militares muçulmanos.

Em qualquer caso, o presidente disse que com a reforma que pensa em levar adiante, 'qualquer pessoa que consultar de forma habitual sites na internet que façam apologia ao terrorismo ou apelem ao ódio e à violência será castigado penalmente'.

Além disso, 'qualquer pessoa que for ao estrangeiro para se doutrinar com ideologias que conduzam ao terrorismo também será castigado', disse.

Sarkozy disse que tinha encarregado a seu ministro da Justiça 'uma reflexão profunda' sobre a propagação nas prisões de ideologias 'ao ódio e ao terrorismo'.

'A unidade deve ser nosso objetivo, e a firmeza nosso meio ao serviço dos valores de nossa República', concluiu.

Pouco antes do discurso televisado de Sarkozy, seu principal rival nas eleições presidenciais de abril e maio, o candidato socialista François Hollande, teria feito outra declaração solene sobre o desenlace da operação policial contra Merah, cuja morte - especificou - 'põe fim a uma insuportável angústia'.

Hollande insistiu que o autor dos massacres de Toulouse e Montauban 'demonstrou sua extrema periculosidade' e prestou homenagem pela 'coragem e determinação' às forças da ordem por sua ação em 'uma operação eminentemente arriscada'.

'A luta contra o terrorismo é um combate contínuo, que não permite nenhum relaxamento, nenhuma fraqueza' e aí 'a República sempre é o mais forte. Sabe se colocar de pé contra seus piores adversários sem perder nenhum de seus valores', afirmou o líder socialista, favorito nas pesquisas. 

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