Presidente colombiano Juan Manuel Santos: “Consideramos oportuno e necessário realizar uma mudança na cúpula militar” (PRESIDENCIA DE COLOMBIA/AFP/Arquivos)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2014 às 22h24.
Bogotá - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, manterá suspenso o processo de paz até que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) "demonstrem sua vontade de paz" e libertem os sequestrados, entre eles o general Rubén Darío Alzate.
"Enquanto esta situação não se solucione reiterei aos negociadores que não poderão viajar a Havana para retomar as negociações", disse o presidente em um discurso ao país após reunir-se na Casa de Nariño, sede do Executivo, com sua equipe.
Os negociadores do governo, que amanhã deveriam iniciar em Havana o 31º ciclo de diálogos com as Farc, não viajaram hoje, como estava previsto, por ordem do presidente após o sequestro do general Alzate, comandante da força-tarefa Titã, de um suboficial e uma advogada que o acompanhavam ontem no remoto casario de Las Mercedes.
"Das Farc exijo, e não só eu, exigem nossa nação e toda a comunidade internacional, que demonstrem sua vontade de paz com ações e não só com palavras", enfatizou o chefe de Estado.
O presidente se referiu também ao recente assassinato de dois indígenas no departamento do Cauca por membros dessa guerrilha e ao sequestro de outros dois militares em Arauca na semana passada.
Santos ressaltou sua decisão de seguir negociando com a guerrilha no meio da guerra sem uma cessação de fogo bilateral, como voltaram a pedir hoje políticos de esquerda e movimentos sociais, pois assegurou que o objetivo é acabar com o conflito de meio século de uma vez por todas, com um acordo de paz, e não parcialmente.
"Estamos falando de parar a guerra de uma vez por todas, isto se alcança com o término do conflito, não com uma simples trégua. Acreditem em mim, conversar no meio do conflito é a melhor maneira de colocar ponto final a esta absurda guerra", opinou.
Além disso, o presidente solicitou "a intervenção dos países fiadores do diálogo (Cuba e Noruega)" nesta crise derivada dos sequestros para que "se possa encontrar rapidamente a resposta que o país está esperando".