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Santos anuncia grupo que negociará acordo de paz com as Farc

O líder do grupo será o ex-vice-presidente Humberto de la Calle, que terá a companhia de um general do exército, um ex-comandante da polícia, um empresário e políticos


	Juan Manuel Santos: ''Acho que com a equipe que designamos os cidadãos colombianos podem se sentir mais tranquilos''
 (Cesar Carrion/AFP)

Juan Manuel Santos: ''Acho que com a equipe que designamos os cidadãos colombianos podem se sentir mais tranquilos'' (Cesar Carrion/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 19h55.

Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel dos Santos, revelou nesta quarta-feira os nomes das pessoas que integrarão a equipe designada para tratar da negociação de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O líder do grupo será o ex-vice-presidente Humberto de la Calle, que terá a companhia de um general do exército, um ex-comandante da polícia, um empresário e políticos especializados em segurança.

Os nomes dos negociadores foram conhecidos um dia depois que Santos confirmou que seu governo e as Farc chegaram a um acordo para dar fim ao conflito armado que assola o país há quase meio século.

As conversas formais serão abertas em Oslo, em outubro, e uma segunda reunião será realizada em Havana.

''Acho que com a equipe que designamos os cidadãos colombianos podem se sentir mais tranquilos'', disse Santos na Casa de Nariño, sede do governo.

A equipe será liderada por Calle, um advogado liberal que em 1996 renunciou como vice-presidente quando Ernesto Samper (1994-1998) passava pelos piores momentos de uma crise causada por denúncias de que o narcotráfico tinha financiado a campanha eleitoral que o levou à presidência.

Integrarão o grupo, ainda, o ex-general do exército Jorge Henrique Mora, o ex-comandante da polícia Óscar Naranjo, o presidente da Associação Nacional de Empresários (Andi), Luis Carlos Villegas, o assessor de segurança nacional, Sergio Jamarillo, e o comissário de paz, Frank Pearl.

Segundo Santos, todos os designados para fazer parte do grupo ''têm uma experiência vastíssima'' e ''um grande desejo'' de que o processo de paz ''saia do papel de uma forma séria, digna, realista e eficaz''.


Mora foi comandante do Exército Nacional durante o governo do conservador Andrés Pastrana (1998-2002),que liderou o segundo processo de paz com as Farc na história, encerrado sem sucesso após quase quatro anos de negociações, conseguindo ao menos desmilitarizar uma grande região do sul do país, em El Caguán.

O primeiro diálogo, que também não teve sucesso, aconteceu durante o governo do também conservador Belisario Betancur (1982-1986).

O ex-general Mora, que foi comandante das Forças Militares durante o primeiro ano do governo de Alvaro Uribe (2002-2010), se aposentou em 2003 para exercer o papel de embaixador na Coreia e nas Filipinas até 2006.

Já o ex-comandante Naranjo, que entre maio de 2007 e junho de 2012 esteve à frente da polícia nacional, foi o único representante militar que Santos manteve quando herdou o poder de Uribe. Ele é conhecido por ser um dos responsáveis pelas maiores investidas contra as Farc nos últimos anos.

Villegas, por sua vez, é o chefe do Conselho Empresarial Nacional, como presidente da Andi, que reúne todas as entidades patronais colombianas, e, além disso, participou dos diálogos com as Farc em El Caguán.

Os outros dois integrantes do grupo são Sergio Jamarillo e Frank Pearl. Eles compunham a equipe que representou o presidente nas conversas exploratórias de Havana, de 23 de fevereiro a 26 de agosto, que deram lugar ao chamado ''Acordo geral para o fim do conflito''.

Jamarillo exerceu papel de vice-ministro da Defesa quando Santos era o titular da pasta (2006-2009) e seguiu ao seu lado na presidência como assessor de segurança nacional.

Já Frank Pearl teve papel de alto comissário da Paz na última etapa do governo de Uribe e foi ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável durante algum tempo no governo de Santos.

Os suplentes do grupo são Lucía Jaramillo, Elena Ambrosi, Alejandro Éder e Jaime Avendaño, que negociaram, com o jornalista Enrique Santos, irmão do presidente, o acordo de Havana.

Durante as negociações, na mesa, haverá um máximo de cinco negociadores de cada parte, que contarão com os suplentes, mas são permitidos até 30 assessores externos, segundo o acordo com as Farc, que ainda não informaram quem serão seus representantes.

Cuba e Noruega continuarão como anfitriões e mediadores do processo, enquanto Venezuela e Chile exercerão papel de acompanhantes, afirmou Santos, que agradeceu à comunidade internacional pelo apoio manifestado sobre o processo de paz. 

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