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Salvadorenhos protestam contra lei de mineração de Bukele

Membros da Igreja Católica no país pediram a assinatura de um comunicado para exigir a revogação da lei

Pessoas protestam contra a reativação da mineração de metais, depois que o Congresso aprovou uma lei polêmica em dezembro de 2024, em frente à Biblioteca Nacional em San Salvador, em 19 de janeiro de 2025. (AFP)

Pessoas protestam contra a reativação da mineração de metais, depois que o Congresso aprovou uma lei polêmica em dezembro de 2024, em frente à Biblioteca Nacional em San Salvador, em 19 de janeiro de 2025. (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 19 de janeiro de 2025 às 18h08.

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Centenas de salvadorenhos protestaram neste domingo, 19, contra a recém-aprovada lei que reativa a mineração metálica em El Salvador, promovida pelo presidente Nayib Bukele.

"Bukele traidor, você vendeu sua nação", "não à mineração, sim à vida", entoaram os manifestantes convocados por organizações da sociedade civil no centro de San Salvador.

Membros da Igreja Católica pediram durante o protesto a assinatura de um comunicado para exigir a revogação da lei.

"Nosso presidente Nayib Bukele quer contaminar nossos rios com a mineração", disse à AFP Silvia Hernández, de 42 anos, trabalhadora doméstica.

"Como povo salvadorenho, dizemos: não à mineração!", acrescentou.

A deputada da oposição Claudia Ortiz comentou à AFP que El Salvador tem "um território pequeno [21.041 km²], com uma grande densidade populacional [cerca de 300 habitantes por km²]" e poucas bacias hidrográficas que, ao mesmo tempo, "estão extremamente interligadas".

"E as áreas onde estão os distritos mineradores são justamente regiões hidrográficas importantes", alertou.

O presidente da Unidade Ecológica Salvadorenha, Luis González, afirmou que as organizações civis apresentarão um recurso de inconstitucionalidade contra a norma.

"A meta é reunir um milhão de assinaturas para exigir das autoridades a revogação dessa lei", destacou.

No último dia 23 de dezembro, o Congresso, com 57 dos 60 deputados leais a Bukele, aprovou a lei que reativou a mineração metálica no país, proibida desde 2017.

Os críticos da mineração temem que essa indústria contamine o rio Lempa, que atravessa a área de potencial minerador e abastece 70% dos moradores da capital e cidades vizinhas.

Bukele argumenta que, de acordo com um estudo cuja autoria não foi revelada, o país possui jazidas de ouro avaliadas em 131 bilhões de dólares (R$ 794 bilhões), equivalentes a "380% do PIB".

Segundo uma pesquisa da Universidade Centro-Americana, de orientação jesuíta, publicada no final de dezembro, 59,2% dos entrevistados rejeitaram a mineração metálica em El Salvador.

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