Possivelmente, o número de refugiados que saem do país diminuiu porque as forças do governo colocaram bloqueios na estrada (Gianluigi Guercia/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2011 às 14h34.
Genebra - O movimento de refugiados oriundos do oeste da Líbia caiu drasticamente no fim de semana, possivelmente porque as forças do governo colocaram bloqueios na estrada e um acampamento para evitar a saída de pessoas, disseram os coordenadores da ajuda internacional na segunda-feira.
Numa entrevista coletiva, eles disseram que, embora 24 mil estivessem atravessando a fronteira diariamente para a Tunísia na semana passada, o número caiu para cerca de 2 mil por dia ao longo do fim de semana.
"Desconhecemos o motivo, porque sabemos que há muitas dezenas de milhares querendo sair. Mas podemos fazer nossas suposições", disse William Lacy Spring, diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), com sede em Genebra.
Antonio Guterres, alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, disse que a redução começou quando as forças líbias do governo de Muammar Gaddafi se colocaram em áreas de fronteira há dois dias. "Até então a fronteira estava sem controle", afirmou ele.
Valerie Amos, coordenadora das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, que falou com refugiados que entraram na Tunísia no fim de semana, disse que eles contaram sobre os bloqueios nas estradas montados pelas forças de Gaddafi entre a capital Trípoli e a fronteira.
"Algumas pessoas me contaram que um acampamento foi montado cerca de 17 quilômetros para dentro da Líbia pelas forças do governo e que muitas pessoas eram mantidas ali", afirmou ela. Mas a ONU não foi capaz de obter informações sobre isso."
Além disso, um grupo de exilados líbios com sede na Suíça afirmou que as forças de Gaddafi trabalhavam para transferir todos os estrangeiros, incluindo os trabalhadores migrantes, as áreas sob o controle deles para um pequeno porto perto da cidade de Misrata, a oeste de Trípoli.
Os estrangeiros deverão ser "deportados para a Itália de barco", disse a assessoria de imprensa do grupo líbio Solidariedade aos Direitos Humanos. Não havia como confirmar a notícia, embora nas últimas duas semanas o grupo se provou ser uma boa fonte sobre a Líbia.