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Saiba mais sobre Lagarde, a favorita para presidir o FMI

A ministra de Economia e Finanças francesa assegurou que se for escolhida diretora-gerente não será "bondosa" com a Europa e terá pulso firme nas discussões com seus líderes

Christine Lagarde após apresentação: "acredito que o Fundo precisa ser mais reativo, certamente mais eficaz e mais legítimo" (Jim Watson/AFP)

Christine Lagarde após apresentação: "acredito que o Fundo precisa ser mais reativo, certamente mais eficaz e mais legítimo" (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h26.

Paris - A francesa Christine Lagarde, vista como a candidata favorita para dirigir o Fundo Monetário Internacional (FMI) após a renúncia de Dominique Strauss-Kahn, conquistou apoios dentro e fora de seu país por sua sólida carreira profissional e sua gestão no Grupo dos 20 e na crise do euro.

Na semana passada, em seu discurso de intenções perante o Conselho Executivo do FMI em Washington, a ministra de Economia e Finanças francesa assegurou que se for escolhida diretora-gerente não será "bondosa" com a Europa e terá pulso firme nas discussões com seus líderes.

"Não evitarei a sinceridade e o pulso firme em minhas discussões com os líderes europeus; pelo o contrário", disse Lagarde, que defendeu os duros "mas necessários" ajustes que a Grécia deve iniciar para restaurar a viabilidade de suas finanças públicas e recuperar sua competitividade.

Lagarde começou a trabalhar em 1981 na delegação parisiense de Baker&McKenzie como advogada associada, para passar depois como membro do comitê executivo mundial em 1995 e quatro anos mais tarde como presidente.

Em 2004, ganhou atenção à frente do comitê estratégico mundial e abandonou esse trabalho um ano depois para entrar no governo do então presidente francês, Jacques Chirac, como vice-ministra de Comércio Exterior.

"Deixei há seis anos e meio minha feliz vida profissional americana para me colocar ao serviço do país", declarou no início de maio para deixar claro suas motivações na hora de incorporar-se à vida política.

Com essa declaração buscava também afastar-se de um assunto que ameaça manchar seu currículo, o suposto abuso de autoridade cometido na indenização ao empresário Bernard Tapie pela venda da Adidas em 1992, e sobre o qual a Justiça francesa decidirá no dia 8 se abre contra ela uma investigação judicial.


A sombra dessa controvérsia se agravou depois que a procuradoria de Paris decidisse nesta quarta-feira a abertura de uma investigação preliminar sobre o papel de altos funcionários que fecharam a arbitragem propícia ao empresário, embora ela própria não esteja envolvida.

Desta forma, quando a Justiça francesa se pronunciar já terão eleito o próximo diretor-gerente do FMI, cargo que também é disputado pelo mexicano Agustín Carstens e para o qual Lagarde aparece como favorita, em particular na Europa, que controla quase um terço dos votos dos 187 membros da instituição.

Com 55 anos, advogada de formação e mãe de dois filhos, se tornaria a primeira mulher a chegar na direção do FMI, da mesma maneira que foi a primeira ministra da Economia e Finanças de um Estado membro do Grupo dos Sete (G7, que reúne os países mais industrializados do mundo).

Lagarde estreou no cargo em junho de 2007, após uma breve passagem como ministra de Agricultura e Pesca no início do mandato do presidente Nicolas Sarkozy. Seus defensores sublinham sua longevidade em um departamento, o de Finanças, que nos sete anos precedentes viu passar vários titulares.

Outros fatores positivos são seu perfeito domínio do inglês e seu trabalho na gestão da crise econômica e financeira iniciada em 2008, mas dentro da França nas últimas semanas viu como o Partido Socialista, principal força da oposição, lhe retirou seu apoio, da mesma forma que outras formações da oposição.

Sua sorte será decidida em 30 de junho, dois dias após o início da reunião dos membros do conselho executivo do FMI.

De qualquer forma, ninguém poderá tirar-lhe a façanha de ter ocupado em 2009 o 17º lugar na lista das mulheres mais poderosas do planeta elaborada pela revista Forbes, o 5º na lista das executivas europeias realizada pelo Wall Street Journal, e nesse mesmo ano, o título de melhor ministra de Finanças da UE concedido pelo Financial Times

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