Mundo

Após desistência, saiba como será o processo para substituir Biden como candidato à presidência

Esta é a primeira vez que um candidato desiste a menos de um mês antes da Convenção Democrata

Joe Biden, presidente dos EUA, faz discurso do Salão Oval (Erin Schaff/AFP)

Joe Biden, presidente dos EUA, faz discurso do Salão Oval (Erin Schaff/AFP)

Publicado em 21 de julho de 2024 às 15h14.

Última atualização em 21 de julho de 2024 às 16h56.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo, 21, que não disputará mais a reeleição.

Biden postou uma carta informando a decisão em seu perfil no X (antigo Twitter).

“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me retire e concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, disse.

O nome que o sucederá na campanha presidencial pelo Partido Democrata ainda será definido. O processo de substituição não está claro e poderá levar o partido a uma situação de caos.

Embora no passado dois presidentes americanos tenham decidido não concorrer à reeleição em março do ano em que a votação foi realizada, se Biden se retirar será a primeira vez que alguém o faz tão tarde no processo eleitoral.

Esta é a primeira vez que um candidato desiste depois de alcançar a maioria dos delegados no processo primário e menos de um mês antes da Convenção Democrata, marcada para 19 a 22 de agosto em Chicago.

O processo

Apesar de todos estes obstáculos, o Comitê Nacional Democrata (DNC), responsável pela organização da convenção, tem regras para substituir Biden.

Decisão formal de retirada

Joe Biden deve comunicar formalmente ao DNC sua decisão de retirar-se.

Reunião de emergência do DNC

O DNC realizaria então uma reunião de emergência na qual sua comissão de normas e regulamentos estabeleceria o processo para efetuar a substituição. A partir daqui, o processo pode se complicar dependendo da atitude de Biden.

Substituição pós-nomeação

O DNC pode decidir realizar uma convenção especial para nomear um novo candidato à presidência ou nomear diretamente a pessoa após consultar os líderes democratas.

Porém, essa opção é praticamente impossível por um motivo técnico: cada estado tem prazos próprios para que os nomes dos candidatos presidenciais apareçam nas urnas em novembro.

O primeiro prazo limite era até recentemente o de Ohio, 7 de agosto, embora mais tarde tenha sido aprovada uma lei estadual para alterá-lo. Devido a esta circunstância, o DNC decidiu que Biden seja ratificado como candidato democrata virtualmente e antes da convenção de agosto, como normalmente acontece.

Outro estado com datas muito antecipadas é Arkansas, em 25 de agosto, apenas três dias após o fim da Convenção Democrata. Os últimos são Rhode Island, Virgínia, Kansas, Maryland, Connecticut e Havaí, em 3 de setembro.

Substituição antes da convenção

Com a saída de Biden, o substituto será decidido ali. O presidente teria então grande capacidade de determinar seu substituto, já que atualmente controla 3.908 dos 3.939 delegados. As leis de cada estado decidem como esses delegados devem ser escolhidos e 14 deles obrigam, inicialmente, a votar no candidato que venceu as primárias estaduais.

Biden também pode liberar seus delegados para votarem livremente em possíveis candidatos que se apresentarem. O vencedor seria o candidato que obtivesse o apoio de pelo menos 1.976 delegados.

Leia também:

Acompanhe tudo sobre:Joe BidenEleiçõesEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru