O navio russo "Akademik Shokalskiy": capitão do barco informou na terça sobre o aparecimento de rachadura no gelo que lhe permitiu começar a se deslocar (Andrew Peacock/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 10h08.
Sidney - A saga de Natal da Antártica, protagonizada por várias embarcações presas pelo gelo polar, terminou nesta quarta-feira após a libertação por seus próprios meios do navio russo bloqueado desde o dia 24 de dezembro, anunciaram as autoridades australianas.
Uma complexa operação de ajuda dirigida pela Austrália mobilizou durante duas semanas importantes meios humanos e materiais para tentar desbloquear o "Akademik Chokalskii", imobilizado 100 km a leste da base francesa Dumont d'Urville.
Depois do "Astrolabe" francês e do "Aurora" australiano, muito leves para perfurar a espessa camada de gelo, o quebra-gelos chinês "Xue Long" se aventurou a se aproximar da embarcação russa.
Seu helicóptero permitiu a retirada na semana passada dos 52 passageiros, turistas e cientistas, ao "Aurora", mas o "Xue Long" ficou preso, por sua vez, no inferno branco da Antártica.
Pequim anunciou na terça-feira que conseguiu abrir passagem em direção às águas nas quais pode navegar livremente.
A Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA) confirmou nesta quarta-feira a colocação em movimento do "Akademik Chokalskii".
Os barcos chinês e russo "se libertaram do gelo na Antártica e já não precisam de ajuda", indicou.
Um quebra-gelos dos serviços da guarda-costeira americana, o "Polar Star", que se dirigia à zona para tentar abrir um caminho aos barcos em apuros, retomou sua missão inicial e se dirigia à base americana McMurdo.
O capitão do barco russo, Igor Kiselev, informou na terça-feira sobre o aparecimento de uma rachadura no gelo que lhe permitiu começar a se deslocar lentamente, e estava se dirigindo à Nova Zelândia.
A expedição do "Akademik Shokalskiy", destinada a reproduzir as experiências científicas realizadas há um século pelo explorador australiano Douglas Mawson, foi muito criticada na Austrália por ter desviado de sua rota vários quebra-gelos científicos para ir em sua ajuda.
Estas operações atrasaram missões científicas na Antártica, e vários projetos foram cancelados porque a temporada para realizá-los é relativamente curta.