São Paulo – As disputadas eleições para definir quem, afinal, sucederá o conservador Boris Johnson no cargo de prefeito de Londres devem chegar ao fim nesta sexta-feira. E, até o momento, o pleito caminha para um resultado histórico e que pode fazer com que o candidato trabalhista Sadiq Khan se torne o primeiro muçulmano a comandar a capital britânica.
Até agora, números do site oficial das eleições londrinas, que acompanha ao vivo a apuração das urnas, apontavam a vitória de Sadiq contra seu maior rival, o conservador Zac Goldsmith. A expectativa é que o novo prefeito de uma das maiores metrópoles do mundo seja anunciado no final da tarde (horário local).
Com o slogan “um prefeito para todos os londrinos” e uma plataforma que pretende combater a discriminação, Khan, se eleito, consolidará os resultados positivos obtidos por ele durante a corrida eleitoral.
Ontem, uma pesquisa final conduzida pelo site YouGov mostrava a preferência dos eleitores em relação ao candidato trabalhista. Na ocasião, ele liderava com 43% das intenções de voto.
Diversidade
Sua vitória consolidará também os contornos de diversidade que o Reino Unido vem ganhando nos últimos anos. Dados compilados pelo Observatório de Migração da Universidade de Oxford mostram que a população de estrangeiros no país é hoje de 8,3 milhões de pessoas. 36,9% deles estão justamente em Londres.
Os indianos compõem a maioria do grupo de pessoas nascidas fora do Reino Unido e que residem na capital do país (9,3%). Em segundo lugar estão os poloneses (aproximadamente 5%) e em terceiro está a comunidade paquistanesa (4,3%), da qual Khan é parte.
Quem é Khan
O candidato nasceu em Londres em 1970 e foi criado em Earlsfield, subúrbio majoritariamente ocupado pela classe trabalhadora. É filho de um motorista de ônibus e uma costureira que imigraram do Paquistão para o Reino Unido na década de 60. Se diz fã de esportes e, além de ter praticado boxe em uma academia do bairro na juventude, é torcedor do Liverpool.
Khan conheceu sua esposa Saadya na escola e o casal hoje tem duas filhas. Advogado especializado em direitos humanos, diz ter visto em primeira mão os impactos da discriminação contra as minorias e se sente determinado em combater essa prática social.
Muçulmano moderado, Khan nunca ingeriu bebida alcoólica e votou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sofreu ameaças por parte de radicais islâmicos por essa posição, mas prometeu ser combater todas as formas de extremismo.
Questões relacionadas a esse extremismo e atividades terroristas também estão no foco de sua campanha. Quer colocar medidas que visam coibir a radicalização com foco no jihadismo. Temas sensíveis e especialmente preocupantes não apenas para Londres e o Reino Unido, mas para a Europa como um todo.
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1. Onde o local encontra o global
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1/9 (Jason Alden/Bloomberg)
São Paulo - O que torna uma cidade global? Um dos elementos é o "soft power": a capacidade de influenciar baseada não na força, mas em valores e persuasão. Isso nunca foi tão importante quanto hoje, quando atrair
talentos se tornou um dos maiores diferenciais na produção econômica. É o que diz o recente relatório "Cidades globais, talentos globais", da consultoria
Deloitte, que parte de uma lista de cidades feita pela revista The Atlantic". Ele tem dois pilares centrais. Um deles é a rede do mundo dos negócios, analisada com base em dados da BoardEx que permitiram acompanhar o movimento de 50 mil executivos e líderes do setor público de 40 mil organizações em 160 países. O outro é a capacidade de criar e manter empregos intensivos em conhecimento, especialmente diante de uma
Quarta Revolução Industrial marcada por automação massiva e necessidade de adaptação constante. Veja quais são as 7 principais cidades globais do planeta e por que:
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2. Londres, Reino Unido
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2/9 (Chris Jackson/Getty Images)
Londres é "a mais global das cidades globais", diz o relatório, considerando como critério a rede de executivos que estudam ou trabalham lá (ou já o fizeram no passado) com 95 nacionalidades e alcance de 134 países. Estas pessoas foram atraídas pela "força dos seus negócios financeiros, a qualidade das suas universidades e a vitalidade de sua cena criativa e de startups digitais" - que podem ser
prejudicadas por uma possível saída da União Europeia. O lado obscuro desse sucesso, também presente em outras cidades globais, é a disparada no
custo de vida que gera coisas como uma vaga de estacionamento
à venda pela bagatela de R$ 1,8 milhão.
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3. Nova York, Estados Unidos
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3/9 (Wikimedia Commons/AngMoKio)
"Para terem um sucesso sustentável, as cidades precisam competir pelo grande prêmio: capital intelectual e talento". A frase de
Michael Bloomberg, prefeito de
Nova York entre 2002 e 2013, explica porque a cidade aparece tão alto neste tipo de ranking. A rede de executivos que estudam ou trabalham lá (ou já o fizeram no passado) atinge 87 nacionalidades e 120 países. Este rede foi criada e sustentada com crescimento econômico, inovação constante e diversidade em todos os sentidos.
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4. Paris, França
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4/9 (Wikimedia Commons)
Paris é 3º lugar no quesito de redes que vão mais longe: gente de 71 nacionalidades e 108 países já estudaram ou trabalharam no país (ou estão lá no momento). 10,5% são mulheres, mesma proporção de Londres. A cidade também é uma das
líderes de consumo de luxo e
está na vanguarda ecológica.
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5. Hong Kong
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5/9 (Thinkstock)
A rede de executivos com passagem ou residência em
Hong Kong não é tão diversa (39 nacionalidades e 79 países), mas o país compensa com uma posição bem alta em vários outros rankings internacionais. O país é lider mundial em
infraestrutura, com destaque para seu excelente aeroporto, além de ser um dos
primeiros lugares em competitividade, desenvolvimento e segurança. Seu desafio agora é inovar mais.
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6. Singapura
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6/9 (Thinkstock)
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7. Tóquio, Japão
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7/9 (Thinckstock)
Com base na lista de quem trabalha ou estuda em determinada cidade (ou já o fez no passado), a Deloitte analisou também os graus de separação entre eles. Das 7 cidades globais,
Tóquio tem uma das redes menos cosmopolitas (31 nacionalidades e 55 países), mas ainda assim é possível chegar de qualquer executivo da lista até qualquer outro com apenas 3 pulos. Outro ponto negativo é o da inclusão feminina,
grande problema da economia japonesa. Apenas 2,2% da lista executiva de Tóquio é de mulheres, enquanto todas as outras 6 cidades estão acima dos 10% neste quesito. Tóquio não tem disponíveis os números relacionados a empregos intensivos em conhecimento.
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8. Sydney, Austrália
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8/9 (Ian Waldie/Getty Images)
Sydney, na
Austrália, tem a menor rede de executivos: 19 nacionalidades que se espalham por 57 países em 1,91 "graus de separação". Em outras palavras: todo mundo é "amigo de um amigo". Outro destaque em relação às outras cidades é a liderança na proporção de mulheres executivas, ainda que seja pequena (12,3%).
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9/9 (Germano Lüders/EXAME)