Estrada: a empreitada começou em 2014, e durou mais de um ano até ser concluída, em 2015 (shansekala/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 08h11.
São Paulo - Por mais absurdo que pareça, uma estrada foi roubada na Rússia. E não foi só um pedacinho. Foram 50 quilômetros.
Alexander Protopopov, que trabalhava no serviço prisional, é acusado de supervisionar o desmantelamento de uma estrada de concreto, que foi vendida em 7.000 pedaços.
A empreitada começou em 2014, e durou mais de um ano até ser concluída, em 2015.
Ao que tudo indica, o esquema contava com a participação de vários funcionários da prisão, liderados por Protopopov. No total, o governo russo vai ter que arcar com um prejuízo de mais de seis milhões de rublos, ou R$ 305 mil.
Segundo o The New York Times, enquanto comandava um presídio na região de Komi, no norte do país, entre 2010 e 2014, Protopopov recebeu diversos prêmios, inclusive uma medalha por criar uma "unidade espiritual".
Em 2014, ele foi promovido, e se tornou inspetor de prisões na Crimeia, depois que ela foi anexada à Rússia.
O setor de estradas é um dos que mais sofre com a corrupção na Rússia: a construção de uma rodovia de 48 quilômetros para as Olímpiadas de Inverno custou US$ 8 bilhões.
Pelos cálculos da imprensa local, com esse dinheiro seria possível possível cobrir os mesmos 48 quilômetros com o mais caro caviar.
Se condenado, Protopopov pode pegar 10 anos de cadeia. O mais impressionante nessa história é como ninguém desconfiou, por mais de um ano, que blocos de concreto gigantes estavam desaparecendo "do nada".