Exército da Libertação da Síria: Rússia e China já vetaram, em outubro de 2011 e fevereiro, resoluções que continham sanções contra o governo da Síria (Shaam News Network/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2012 às 16h28.
Moscou - A Rússia afirmou nesta quinta-feira que vetará uma possível resolução de condenação contra a Síria formulada pela comunidade internacional caso o projeto for para votação no Conselho de Segurança.
"A votação não será realizada, já que a ideia ainda é recente. Mas se fizerem, saibam que o conteúdo será vetado por nós", afirmou Gennady Gatilov, vice-ministro russo das Relações Exteriores.
Gatilov afirmou que é "inadmissível vincular a presença da ONU na Síria com o capítulo 7 da Nações Unidas (que aborda as sanções)".
O diplomata ressaltou que para a Rússia é "inaceitável" um projeto de resolução sobre a Síria que contemple uma intervenção militar.
As potências ocidentais apresentaram um projeto que dá um ultimato de dez dias para Damasco acabar com o uso de armamento pesado.
Caso contrário, a comunidade internacional ameaça o país com a imposição de duras sanções diplomáticas e econômicas incluídas no capítulo 7, que contempla também medidas de força contra os países que coloquem em perigo a paz e a segurança mundial.
Além disso, Gatilov insistiu que Moscou nunca aceitará uma resolução que vincule diretamente a missão de Kofi Annan com a imposição de novas sanções contra o regime de Bashar al Assad.
"Em geral, o projeto é desequilibrado, já que contempla o cumprimento de obrigações só por parte do governo sírio e praticamente não diz nada sobre os compromissos da oposição", disse.
Ao mesmo tempo, afirmou que a Rússia tentará "chegar a um texto construtivo para um possível projeto de resolução que reflita a situação real das coisas".
A Rússia pretende prolongar por três meses a missão das Nações Unidas no país árabe, que será encerrada em 20 de julho. "Embora trabalhem em condições difíceis, a missão permite obter informação objetiva".
"Por isso, a saída dos observadores da ONU da Síria dificultaria a situação e no final criaria obstáculos políticos", advertiu.
Rússia e China já vetaram, em outubro de 2011 e fevereiro, resoluções que continham sanções contra o governo da Síria.