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Rússia vai processar delatores de esquema estatal de doping

Governo russo vai processar autores do relatório feito a pedido da Agência Mundial Antidoping, que fez muitos atletas do país ficarem de fora da Olimpíada


	Laboratório antidoping: relatório fez muitos atletas da Rússia ficarem de fora da Olimpíada
 (Fabrice Coffrini/AFP)

Laboratório antidoping: relatório fez muitos atletas da Rússia ficarem de fora da Olimpíada (Fabrice Coffrini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2016 às 13h07.

Moscou - A Rússia vai processar os autores do relatório feito a pedido da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) que acusou o governo de promover um esquema estatal de doping e que fez com que muitos atletas do país ficassem de fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

"Estudamos o relatório e a conclusão é que ele é falso. Sua fundamentação jurídica não resiste a nenhuma crítica. Acionaremos os tribunais civis. E aqueles que o escreveram serão processados pela via penal", disse o ministro de Esportes da Rússia, Vitaly Mutko.

As autoridades do país também vão processar a empresa suíça que fabricou os recipientes usados para armazenar as amostras dos testes dos atletas acusados. Segundo o relatório elaborado pelo advogado canadense Richard McLaren a pedido da Wada, neles foram encontrados arranhões que comprovariam a manipulação de resultados.

"Queremos que façam uma avaliação pública de seu produto", indicou Mutko em entrevista a uma emissora local russa.

O ministro voltou a reiterar as supostas raízes políticas de toda a investigação que revelou o esquema de doping estatal na Rússia.

"Nos últimos quatro anos tenho a impressão que a política e as instituições se intrometeram no esporte. Vimos isso no futebol", afirmou Mutko sobre o escândalo que afetou a Fifa.

"As sanções adotadas pelo Ocidente contra Moscou por sua ingerência nos assuntos internos da Ucrânia estão se estendendo ao esporte", destacou o ministro russo.

No início desta semana, a Justiça da Rússia anunciou que quer interromper o presidente da Wada, Craig Reedie, e também o próprio Richard McLaren, que dá nome ao relatório sobre o escândalo.

"Até agora, a Wada não apresentou provas concretas de doping por parte dos atletas russos. E mais: não recebemos nenhuma resposta às suas solicitações de cooperação jurídica enviadas ao Canadá, Estados Unidos e Rússia", disse Vladimir Markin, porta-voz do Comitê do Tribunal de Instrução da Rússia.

Depois de ver sua equipe de atletismo impedida de disputar o Rio 2016, a Rússia foi banida dos Jogos Paralímpicos em virtude do relatório McLaren pelo Comitê Paralímpico Internacional. 

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