Reunião: Rússia e Irã estão no mesmo lado na Síria, onde apoiam o regime de Bashar al-Assad, tanto política como militarmente (Maxim Shemetov/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 11h07.
Moscou - Rússia, Turquia e Irã aprovarão nesta terça-feira uma declaração de "passos imediatos" a fim de relançar as negociações para a regulação pacífica do conflito na Síria, afirmou Sergei Shoigu, ministro da Defesa russo.
"Especialistas trabalham hoje em um texto de Declaração de Moscou sobre passos imediatos para impulsionar a regulação da crise síria. Este é um documento consistente e muito necessário", disse Shoigu aos veículos de imprensa locais.
Shoigu, que fez estas afirmações ao se reunir com o ministro da Defesa iraniana, Hussein Dehgan, lembrou que "todas as anteriores tentativas de pactuar ações conjuntas empreendidas pelos EUA e seus parceiros estavam condenadas ao fracasso".
"Nenhum deles tinha influência real sobre a situação no terreno", ressaltou.
Shoigu antecipou que a declaração estipula a disposição dos três países de "serem fiadores e solucionar conjuntamente os assuntos relacionados com a regulação síria".
Apesar do assassinato na segunda-feira de seu embaixador em Ancara, a Rússia decidiu seguir hoje adiante com as consultas com os ministro das Relações Exteriores e Defesa da Turquia e o Irã.
Rússia e Irã estão no mesmo lado na Síria, onde apoiam o regime de Bashar al-Assad, tanto política como militarmente, já que os aviões russos e as milícias iranianas participaram ativamente nos combates.
Enquanto isso, russos e turcos aproximaram posturas nas últimas semanas, até o ponto que o acordo de evacuação de civis e combatentes rebeldes da cidade de Aleppo foi fechado pelo chefe do Kremlin e seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan.
Precisamente, o Kremlin garantiu hoje que o assassinato pelas mãos de um policial turco do embaixador, Andrei Karlov, não afetará os atuais esforços diplomáticos para conseguir a solução do conflito.
O presidente russo, Vladimir Putin, propôs a semana passada realizar negociações sírias em Astana, capital cazaque, a fim de relançar o processo de paz, cuja última rodada aconteceu em abril em Genebra.
"O crime é, sem dúvidas, uma provocação destinada a abortar a normalização das relações russo-turcas e torpedear o processo de paz na Síria", disse.
E lembrou que dito processo é apoiado "ativamente pela Rússia, Turquia, Irã e outros países interessados na regulação do conflito sírio".