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Rússia trava reunião da ONU sobre direitos humanos na Síria

No encontro, estava previsto que o Conselho escutasse um relatório oral do alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos

Rússia: imediatamente antes do início da sessão, a delegação russa solicitou uma votação de procedimento e conseguiu reunir os apoios necessários para impedir sua realização (Richard Heathcote/Getty Images)

Rússia: imediatamente antes do início da sessão, a delegação russa solicitou uma votação de procedimento e conseguiu reunir os apoios necessários para impedir sua realização (Richard Heathcote/Getty Images)

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EFE

Publicado em 19 de março de 2018 às 20h08.

Nações Unidas - A Rússia conseguiu, com o apoio de vários países, travar nesta segunda-feira a realização de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Síria.

No encontro, solicitado pela França e vários dos seus aliados, estava previsto que o Conselho escutasse um relatório oral do alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, algo que não ocorria desde 2014, ainda por meio da sua antecessora no cargo, Navi Pillay.

No entanto, imediatamente antes do início da sessão, a delegação russa solicitou uma votação de procedimento e conseguiu reunir os apoios necessários para impedir sua realização.

Junto com a Rússia votaram contra a reunião China, Bolívia e Cazaquistão, enquanto Etiópia, Costa do Marfim e Guiné Equatorial se abstiveram.

Os oito votos favoráveis (França, Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Polônia, Peru, Holanda e Kuwait) não foram suficientes, dado que este tipo de decisão requer o apoio de nove Estados-membros.

Segundo fontes diplomáticas, a reunião ainda poderia acontecer sob um formato diferente e a questão estava sendo analisada.

A Rússia alegou que o mandato do Conselho de Segurança não inclui as questões de direitos humanos, que correspondem ao Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra.

Sua postura foi respaldada pela China, outro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, que defendeu que ocupar-se em Nova York dessas questões "corrói" as funções de outros órgãos das Nações Unidas.

O embaixador sírio na ONU, Bashar Yafari, comemorou a decisão, destacando a importância que seu país dá ao acontecimento.

"Hoje, os países que estavam confiscando o Conselho para defender seus próprios interesses fracassaram descarada e miseravelmente", disse Yafari em declarações aos jornalistas.

Antes da votação, o embaixador francês, François Delattre, defendeu que o Conselho de Segurança precisa levar em conta a informação sobre a situação dos direitos humanos na Síria, pois isso "não pode ser separado do conflito".

Sua postura foi respaldada pelos Estados Unidos, que acusou a Rússia de obstruir o trabalho do Conselho e de proteger da apuração internacional as violações dos direitos humanos cometidos pelos seus aliados.

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