Conflito: "Sempre defendemos a aproximação entre Teerã e Riad. Nós poderíamos ter um papel mediador, se as duas partes precisarem (Toby Melville / Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 10h05.
Moscou - A Rússia está disposta a mediar as relações entre Irã e Arábia Saudita para que superem a grave escalada de tensão que esses dois países atravessam depois que as autoridades sauditas executaram o clérigo e dirigente xiita, Nimr Baqir al Nimr, disse nesta segunda-feira um porta-voz Ministério das Relações Exteriores russo, que não teve seu nome revelado.
"Sempre defendemos a aproximação entre Teerã e Riad. Nós poderíamos ter um papel mediador, se as duas partes precisarem. Seria um grande prazer", declarou o funcionário do órgão às agências russas.
De acordo com ele, para o governo russo Moscou, é de grande importância que os dois líderes mantenham boas relações, pelo papel que desempenham nos mercados do petróleo e em diferentes fóruns internacionais, como o destinado a negociar uma solução pacífica ao conflito sírio.
"Estávamos felizes pelo fato de Irã e Arábia Saudita terem começado a trabalhar juntos no grupo internacional de apoio à Síria. Graças aos nossos esforços e aos dos americanos foi possível criar esse mecanismo. Esperamos que continue funcionando", afirmou o porta-voz da diplomacia russa.
Ele lembrou que o processo de paz para a Síria "acontece em um momento de grande responsabilidade, agora que em janeiro devem começar as negociações em Genebra" entre o governo e a oposição.
"Lamentamos este aumento das tensões entre dois países aos que nos unem relações próximas, duas potências regionais muito importantes. Sempre defendemos a compressão mútua no mundo muçulmano", concluiu.
O governo da Arábia Saudita decidiu romper relações diplomáticas com o Irã após os ataques ontem à noite à embaixada saudita em Teerã e a seu consulado da cidade de Mashhad.
As ações contra as delegações diplomáticas sauditas no Irã aconteceram algumas horas depois de as autoridades sauditas executarem Al Nimr e outros 46 réus condenados à morte, o que gerou crítica de boa parte da comunidade xiita.