"A Rússia rejeita tradicionalmente o isolamento como método de solução de um problema em qualquer situação e conflito", disse ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2011 às 12h47.
Moscou - A Rússia declarou nesta segunda-feira que não reconhece o Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) como único poder legítimo do país, e criticou o Ocidente por tentar isolar as forças leais ao líder Muammar Kadafi.
"Se falamos do reconhecimento do CNT como único representante legítimo do povo líbio, não compartilhamos essa postura", afirmou Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo, citado pelas agências do país.
Lavrov afirmou que aqueles "que declararem seu reconhecimento estarão apoiando plenamente uma das forças políticas da guerra civil em andamento na Líbia".
"Isto significa que os partidários dessa decisão apoiam a política de isolamento. Neste caso, o isolamento das forças que representam Trípoli", disse.
A Rússia, acrescenta, "rejeita tradicionalmente o isolamento como método de solução de um problema em qualquer situação e conflito".
Lavrov ressaltou que seu país reconhece o CNT como interlocutor nas negociações de paz e mantém contatos tanto com Trípoli quanto com Benghazi.
O chefe da diplomacia russa pediu a ambas as partes que "mostrem uma atitude construtiva e de responsabilidade pelo destino de seu povo e que discutam as propostas apresentadas pela União Africana e a ONU".
Segundo o ministro russo, essas propostas são um chamado ao diálogo para a criação dos órgãos de transição, que seriam os encarregados de promover as reformas e uma nova Constituição, além de preparar eleições democráticas.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou na sexta-feira o reconhecimento do CNT durante a reunião do Grupo de Contato sobre a Líbia, que reúne mais de 40 países e organismos internacionais em Istambul. Tanto Rússia como China se recusaram a participar do encontro.
Por sua vez, Lavrov negou que a Rússia tenha intenção de dar asilo a Kadafi, a quem o Kremlin pediu em várias ocasiões que renunciasse ao poder.