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Rússia se concentra em tomar Bakhmut para continuar ofensiva na Ucrânia

Os russos tentam tomar esta cidade desde o verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), em grande parte destruída e palco da batalha mais sangrenta até agora na invasão

Nas últimas semanas, os russos, liderados pelo grupo paramilitar Wagner, avançaram pouco a pouco e parecem já controlar os acessos norte, leste e sul da cidade (AFP/AFP Photo)

Nas últimas semanas, os russos, liderados pelo grupo paramilitar Wagner, avançaram pouco a pouco e parecem já controlar os acessos norte, leste e sul da cidade (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 7 de março de 2023 às 11h57.

A Rússia prometeu nesta terça-feira, 7, tomar a cidade de Bakhmut, cenário de meses de combates violentos, para continuar avançando em sua ofensiva no leste da Ucrânia. Os russos tentam tomar esta cidade desde o verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), em grande parte destruída e palco da batalha mais sangrenta até agora na invasão. As duas partes admitiram grandes perdas humanas, mas não divulgaram números.

A Ucrânia prometeu continuar defendendo a cidade, embora um de seus soldados na região tenha declarado à AFP que a queda é inevitável e algumas unidades começaram a se retirar.

"Esta cidade é um importante centro de defesa para as tropas ucranianas no Donbass. Capturá-la permitirá novas operações ofensivas, invadindo as linhas de defesa das forças armadas ucranianas", disse o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, durante uma reunião com comandantes militares.

Nas últimas semanas, os russos, liderados pelo grupo paramilitar Wagner, avançaram pouco a pouco e parecem já controlar os acessos norte, leste e sul da cidade.

Na noite de segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que pediu ao Estado-Maior para "encontrar as forças adequadas" para continuar defendendo Bakhmut.

O conselheiro da presidência, Mikhailo Podoliak, afirmou que no exército ucraniano existe um "consenso" sobre "a necessidade de continuar defendendo a cidade e esgotar as forças inimigas".

Mas fora de Bakhmut, alguns soldados ucranianos acreditam que Kiev está perdendo o controle.

"Bakhmut vai cair", disse à AFP um soldado exausto na cidade de Chasiv Yar, 10 quilômetros ao oeste da linha de combate.

Segundo ele, algumas unidades ucranianas começaram a se retirar "em pequenos grupos".

De acordo com Kiev, restam atualmente menos de 4.000 civis em Bakhmut, contra mais de 70.000 habitantes antes da intervenção militar russa.

Para abastecer as forças de Kiev, a Polônia anunciou que enviará 10 tanques Leopard esta semana.

- Vídeo de execução de soldado ucraniano -
A Ucrânia também afirmou nesta terça-feira que identificou um soldado cuja execução se tornou viral em um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais. Kiev pediu uma investigação ao Tribunal Penal Internacional.

A gravação mostra o que parece ser um soldado prisioneiro parado em uma trincheira, fumando um cigarro e depois morto com uma arma automática após dizer "Glória à Ucrânia".

"De acordo com dados preliminares, o falecido é um soldado da 30ª brigada mecanizada, Tymofii Mikolaiovich Shadura", informou o exército ucraniano nesta terça-feira no Telegram.

O soldado havia desaparecido em 3 de fevereiro, enquanto participava dos combates na cidade de Bakhmut, explicaram as forças armadas.

A AFP não conseguiu confirmar com fontes independentes onde ou quando as imagens foram gravadas, nem se elas mostravam, como afirmam as autoridades ucranianas, um prisioneiro de guerra ucraniano.

Na segunda-feira, Zelensky afirmou que o vídeo retrata o "assassinato brutal" de um soldado ucraniano pelas forças russas. "Encontraremos os assassinos", acrescentou.

Zelensky receberá na quarta-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres, em Kiev, que chegou à Polônia nesta terça, segundo seu porta-voz.

- Belarus prende supostos sabotadores -

Em Belarus, único aliado europeu de Moscou, o presidente Alexander Lukashenko relatou a prisão de mais de 20 pessoas supostamente envolvidas em uma suposta sabotagem de um avião militar russo perto de Minsk no mês passado.

O principal suspeito, apresentado como um russo-ucraniano que trabalhava para os serviços especiais de Kiev, e "mais de 20 de seus cúmplices que estavam em território bielorrusso" foram detidos até o momento, disse Lukashenko, citado pela agência estatal Belta.

O ministro da Defesa da Rússia afirmou nesta terça-feira que o controle de Bakhmut, no leste da Ucrânia, é fundamental para o avanço da ofensiva. Moscou diz ter assumido três dos quatro acessos à cidade, mas Kiev anunciou que planeja o envio de reforços em breve.

No final de fevereiro, a oposição bielorrussa no exílio alegou que um avião militar russo havia sido destruído no campo de aviação de Machulishchy, perto de Minsk.
A imprensa indicou que se tratava de um avião de vigilância A-50.

O Kremlin se recusou a comentar o incidente, mas Lukashenko admitiu nesta terça-feira que um avião A-50 do exército russo foi atacado.

Belarus não está diretamente envolvida na ofensiva russa na Ucrânia, mas emprestou seu território para o ataque inicial há um ano.

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