Putin: "É um absurdo. E algo absurdo não pode ter nenhum fundamento", disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin (Sputnik/Kremlin/Alexei Druzhinin/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 16h58.
Moscou - A Rússia ridicularizou nesta quinta-feira as acusações a Vladimir Putin de estar diretamente envolvido nos ciberataques durante as eleições presidenciais norte-americanas.
"É um absurdo. E algo absurdo não pode ter nenhum fundamento", disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, à imprensa local.
Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse as acusações são uma "completa bobagem" e considerou inútil tentar convencer alguém disso.
"Fiquei estupefato quando vi essa 'notícia' na televisão. Não tenho nada a acrescentar", disse Lavrov.
Enquanto isso, a Chancelaria acusou Washington de "paranoia", como na época da caça à bruxas contra comunistas nos Estados Unidos na década de 1950, lançada pelo senador Joseph McCarthy.
Segundo a imprensa americana, a inteligência do país acredita que Putin esteve diretamente envolvido na campanha de ataques cibernéticos russos para tentar interferir nas eleições vencidas por Donald Trump.
Entre outras coisas, os ciberataques geraram o roubo e a publicação de 20 mil e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) e muitas outras mensagens da campanha da adversária de Trump na corrida presidencial, Hillary Clinton.
Um recente relatório da CIA, divulgado na semana passada, já indicava que essa e outras agências de inteligência concluíram que a Rússia realizou ciberataques durante a campanha eleitoral não só para desestabilizar, mas também para ajudar Donald Trump, que tachou a acusação de "ridícula".
Putin, por sua vez, falou de "histeria" ao se referir às denúncias sobre a suposta interferência do Kremlin nas eleições presidenciais americanas.
"Por caso os Estados Unidos são uma república das bananas? Os Estados Unidos são uma grande potência. Como pode a Rússia influenciar a escolha do povo americano?", perguntou o presidente russo.
Putin acrescentou que é mais fácil falar da ameaça de "hackers, espiões e agentes de influência russos" para ocultar a magnitude dos problemas reais que a sociedade americana enfrenta.
Além disso, o líder russo acusou Hillary Clinton de estar tentando "desviar a atenção" sobre o conteúdo das mensagens, divulgado pelo Wikileaks.