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Rússia responsabiliza Ucrânia por queda de Boeing

Ministro russo disse que a responsabilidade pela queda do avião da Malaysia Airlines é do governo da Ucrânia


	Destroços de avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia
 (Maxim Zmeyev/Reuters)

Destroços de avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 08h57.

Moscou - O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse nesta quarta-feira que a responsabilidade pela queda do avião malásio com 298 a bordo em meados de julho no leste da Ucrânia é responsabilidade do governo ucraniano.

"A catástrofe ocorreu no espaço aéreo da Ucrânia, que tem total responsabilidade pelo ocorrido", disse Shoigu ao se encontrar com o ministro da Defesa da Malásia, Hishamudin Hussein, segundo as agências locais.

Shoigu se mostrou "convencido de que a tragédia não teria ocorrido se a Ucrânia tivesse solucionado seus problemas internos sem o uso das Forças Armadas e sem o derramamento de sangue dos últimos meses".

O ministro russo vinculou diretamente a catástrofe do Boeing da Malaysia Airlines ao uso por parte de Kiev de artilharia, mísseis e da aviação nos combates contra as milícias rebeldes nas regiões de Donetsk e Lugansk.

Shoigu criticou Kiev por "não responder nem a uma só" das perguntas feitas por Moscou para "esclarecer" a tragédia ocorrida a cerca de 50 quilômetros da fronteira russa.

Em relação à investigação internacional, que contaria com a participação da Rússia, o ministro afirmou que ela "deve ser independente e imparcial, e seus resultados devem ser divulgados para a opinião pública internacional".

"Por nossa parte, estamos dispostos a oferecer a necessária ajuda, apoio e cooperação no esclarecimento das causas da catástrofe", acrescentou.

Hishamudin, ministro de defesa malásio, reuniu-se ontem em Kiev com o vice-primeiro-ministro ucraniano, Vladimir Groisman, que se mostrou convencido de que o atual cessar-fogo permitirá o reatamento das investigações.

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, exigiu ontem acesso pleno ao local do acidente para "readquirir todos restos humanos e se conhecer a verdade".

Ontem, um relatório das autoridades da Holanda, país de origem da maioria das vítimas, revelou que "objetos penetraram no avião e fizeram com que o aparelho se partisse".

"Isto gera uma forte suspeita de que um míssil terra-ar derrubou o MH17 da Malaysia Airlines, mas é preciso mais trabalho de investigação antes de se ter certeza", disse.

Os rebeldes pró-Rússia negaram ter em seu arsenal armamento capaz de derrubar um avião de passageiros que voava a mais de 10 mil metros de altura.

Segundo Kiev, o Boeing-777 foi atingido por um míssil fornecido pela Rússia e lançado pelos milicianos em uma zona sob seu controle.

O avião comercial malásio, que decolou de Amsterdã em 17 de julho e se dirigia a Kuala Lumpur, transportava 283 passageiros e 15 tripulantes.

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