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Rússia responderá se EUA instalar mísseis na Europa, diz Putin

O presidente russo afirmou que não está buscando um confronto e que não dará o primeiro passo para instalar mísseis em resposta à retirada dos EUA do INF

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Reuters)

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 10h39.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 11h27.

Moscou — A Rússia responderá a qualquer instalação de armas nucleares norte-americanas de alcance intermediário na Europa mirando não só os países que receberem esse armamento, mas os próprios Estados Unidos, disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta-feira.

Nos comentários mais duros que já fez a respeito de uma nova corrida armamentista em potencial, Putin disse que a Rússia não busca um confronto e que não dará o primeiro passo na mobilização de mísseis em reação à decisão tomada por Washington no mês passado de romper com um tratado de controle de armas emblemático dos tempos da Guerra Fria.

Mas ele disse que a reação russa a qualquer mobilização seria firme e que as autoridades dos EUA deveriam calcular os riscos antes de tomar qualquer atitude.

"É direito deles pensarem como quiserem. Mas eles sabem contar? Tenho certeza que sabem. Deixe-os contarem a velocidade e o alcance dos sistemas de armas que estamos desenvolvendo", disse Putin em pronunciamento anual ao Parlamento da Rússia, sendo ovacionado.

"A Rússia será forçada a criar e instalar tipos de armas que podem ser usadas não somente a respeito destes territórios a partir dos quais a ameaça direta a nós se origina, mas também a respeito destes territórios onde os centros de tomada de decisão estão localizados", disse.

Mísseis na Europa

Alegando violações da Rússia, Washington comunicou neste mês que está suspendendo suas obrigações com o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) e iniciando o processo de rompimento com o acordo, o que lhe possibilita desenvolver novos mísseis.

O pacto proibia os dois países de posicionarem mísseis terrestres de alcance curto e intermediário na Europa, e seu fim cria a perspectiva de uma nova corrida armamentista entre Washington e Moscou, que nega desrespeitar o tratado.

Putin respondeu à medida dos EUA dizendo que a Rússia espelhará as ações norte-americanas suspendendo suas próprias obrigações e deixando o pacto.

Mas Putin, que já usou uma retórica beligerante para valorizar o impasse russo com o Ocidente e unir os cidadãos de seu país, não aumentou a aposta.

Ele não anunciou novas mobilizações de mísseis, dizendo que o dinheiro para novos sistemas deve vir do orçamento existente, e declarou que Moscou não instalará novos mísseis terrestres na Europa ou outros lugares a menos que Washington faça isso primeiro.

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