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Rússia rejeita cúpula antiterrorista proposta por Obama

Russos consideraram que proposta do presidente dos EUA vai de encontro aos esforços da ONU


	Barack Obama na ONU: segundo embaixador russo, atitude "demonstra que, inclusive neste edifício, Barack Obama está acima de todos"
 (Reuters / Kevin Lamarque)

Barack Obama na ONU: segundo embaixador russo, atitude "demonstra que, inclusive neste edifício, Barack Obama está acima de todos" (Reuters / Kevin Lamarque)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 16h23.

Moscou - A Rússia rejeitou nesta terça-feira a cúpula antiterrorista proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao considerar que vai de encontro aos esforços da ONU, ao mesmo tempo que pediu um debate sobre uma resolução para coordenar a luta internacional contra o terrorismo.

"Os Estados Unidos não deveriam usurpar as funções da ONU", disse Vitali Churkin, embaixador russo perante a ONU, aos meios de comunicação locais.

Churkin considera que essa iniciativa "mina os esforços da ONU".

"Mas os americanos deixariam de ser eles mesmos se não tentassem demonstrar sua liderança, pelo menos sobre o papel (...). É lamentável", disse.

Na sua de Churkin, o que se pretender organizar na sede da ONU é "uma grave falta de respeito com o secretário-geral", Ban Ki-moon.

Tal atitude "demonstra que, inclusive neste edifício, Barack Obama está acima de todos", indicou.

O diplomata destacou que a prioridade da parte russa será a elaboração de uma resolução no Conselho de Segurança sobre a necessidade de coordenar as ações contra o Estado Islâmico e outros grupos terroristas.

A Rússia espera que o debate a respeito comece amanhã, quarta-feira, na reunião do Conselho de Segurança que será presidida peo próprio Churkin.

Precisamente, em seu primeiro discurso perante a Assembleia Geral após dez anos de ausência, Putin pediu ontem uma coordenação na luta contra o Estado Islâmico no marco das Nações Unidas.

Putin propôs ontem a criação de uma "ampla coalizão internacional" para lutar contra o terrorismo similar à criada para lutar contra Hitler na Segunda Guerra Mundial.

"Os países muçulmanos têm que ter um papel essencial na coalizão", acrescentou Putin, destacando que, neste momento, o Exército sírio e as milícias curdas são os únicos "que verdadeiramente estão lutando contra as organizações terroristas na Síria".

E tachou de "enorme erro negar a cooperação com o governo sírio e suas Forças Armadas, que tão valentemente estão combatendo o terrorismo tête-à-tête".

Depois de se reunir com Obama, o chefe do Kremlin descartou que a Rússia vá enviar tropas à Síria, onde Moscou já destacou unidades especiais e equipes militares nas últimas semanas, segundo meios locais e internacionais.

Enquanto isso, o Kremlin convidou hoje mais países a se somarem ao centro de troca de informação para a luta contra os grupos jihadistas criado recentemente junto com a Síria, Irã e Iraque.

Segundo fontes oficiais, o centro de coordenação de Bagdá se dedicará "ao recolhimento, tratamento, resumo e análise da informação sobre a situação na região de Oriente Médio, principalmente para a luta contra o Estado Islâmico".

Após sua análise, acrescentou, a informação será remetida aos Estados Maiores dos quatro países.

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