Kremlin avaliou neste sábado que não há "alternativa" ao regime sírio na luta contra o grupo EI (REUTERS/Maxim Shemetov)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2015 às 20h31.
O Kremlin avaliou neste sábado que não há "alternativa" ao regime sírio na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), e rejeitou as críticas do presidente americano, Barack Obama, sobre a estrategia russa na Síria.
Obama disse na véspera que a estratégia russa de apoiar o regime de Bashar al Assad está "fadada ao fracasso".
As críticas dos Estados Unidos "não são novas (...) mas, lamentavelmente, ninguém até agora conseguiu explicar de forma compreensível qual seria a alternativa ao governo sírio legítimo para garantir a segurança no país, combater o avanço do EI e assegurar a unidade" da Síria - questionou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.
A Rússia, um firme aliado do presidente Bashar al Assad, pede à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que coopere com o Exército regular sírio para coordenar seus ataques aéreos contra o Estado Islâmico.
A tensão tem subido entre Moscou e Washington em relação ao conflito sírio, e os Estados Unidos acusam a Rússia de entregar armas e enviar soldados à região de Latakia (noroeste), feudo alauita do presidente Assad.
Moscou, aliado de Damasco desde a época soviética, desmente o reforço de sua presença militar na Síria.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, admitiu que aviões russos que levaram ajuda humanitária à Síria também transportavam "equipamentos militares, de acordo com os contratos existentes" firmados com Damasco.
Dois aviões russos com ajuda humanitária pousaram no sábado na Síria, segundo a agência oficial Sana.
Durante a semana, Lavrov afirmou que seu país não tomou medidas extras para reforçar sua presença militar na Síria, mas que está disposto a dar um maior apoio ao regime de Damasco sem que isso tenha como objetivo prejudicar os planos da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico.
Lavrov explicou que o Kremlin quer evitar uma repetição do "cenário líbio" na Síria e que, por isso, dará uma assistência maior ao Exército de Bashar al Assad se ele solicitar.