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Rússia: radiação em Fukushima não chega a 10% de Chernobyl

Segundo a agência atômica russa, não há risco de uma escalada da catástrofe no Japão

Fukushima antes dos desastres: AIEA também não entendeu alta do nível de gravidade (Kawamoto Takuo/Wikimedia Commons)

Fukushima antes dos desastres: AIEA também não entendeu alta do nível de gravidade (Kawamoto Takuo/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 08h49.

Moscou - A Rússia declarou nesta quarta-feira que o nível de vazamento radioativo na central atômica japonesa de Fukushima é inferior a 10% do registrado após a maior catástrofe nuclear da história, ocorrida há quase 25 anos na usina ucraniana de Chernobyl.

"A situação é hoje inclusive melhor do que se podia esperar. O nível de vazamento radioativo é inferior a 10% do que houve em Chernobyl", afirmou Sergei Kirienko, chefe da Rosatom, a agência estatal de energia atômica russa.

"Não há risco de uma escalada da catástrofe nuclear. Também não há risco de vazamento dos isótopos pesados que permaneceram na central", avaliou.

Kirienko reconheceu que a Rosatom "tinha um grande temor de que a radiação pudesse fundir os alicerces (da usina) e penetrar na terra, mas isso não ocorreu".

O responsável da agência russa também criticou a administração da central de Fukushima por situar o nível de radiação na usina abaixo do grau 4 logo após o acidente, enquanto especialistas de outros países já falavam em 5 ou 6.

Kirienko relatou suspeitar que a decisão das autoridades japonesas de elevar a qualificação da gravidade do acidente de 5 para 7 não responde "a critérios nucleares, mas provavelmente tem relação com questões financeiras".

"É um pouco estranho. Me parece que tudo isso está vinculado com a questão dos seguros", disse.

Na mesma linha, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarou nesta terça-feira que não se pode comparar o acidente de Fukushima com o de Chernobyl, porque são "totalmente diferentes".

A alta da qualificação "não significa que é pior do que se pensou", garantiu em Viena Denis Flory, subdiretor de Segurança Nuclear da AIEA.

O analista francês indicou que os reatores 1, 2 e 3 de Fukushima liberaram até o momento 7% do vazamento registrado no reator número 4 da usina de Chernobyl, enquanto as autoridades japonesas falam em até 10%.

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