Reunião do Conselho de Segurança: segundo a OLP, Israel está isolado internacionalmente (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2012 às 22h30.
Nações Unidas - A Rússia apresentou nesta terça-feira no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a Síria que propõe ampliar em três meses o mandato da missão de observadores no país árabe (UNSMIS), e que não inclui a ameaça de sanções ao regime do presidente Bashar al Assad.
'É toda uma surpresa, um projeto de resolução inesperado', disse à Agência Efe um diplomata do Conselho sobre a proposta russa, ao passo que afirmou que os países ocidentais do principal órgão internacional de segurança 'seguem trabalhando' em sua própria resolução.
Moscou fez circular sua proposta de resolução um dia antes de o enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, relatar ao Conselho de Segurança sobre seus recentes contatos com o regime de Damasco para iniciar um diálogo no país, assim como com o Iraque e o Irã.
'A minuta inclui as recomendações de mudança feitas pelo Departamento de Operações de Paz da ONU, mas pelo menos precisa de ser combinada com algum tipo de pressão real às partes', afirmou à Agência Efe outra fonte diplomática do Conselho de Segurança.
A mesma fonte indicou que o objetivo da UNSMIS é garantir a implementação do plano de paz de seis pontos elaborado por Annan e que a presença dos observadores internacionais no país 'não pode ser o último objetivo' do Conselho de Segurança.
'O Conselho deve responder à situação na Síria em um sentido mais amplo', acrescentou a mesma fonte, que detalhou que o texto proposto pela Rússia não inclui nenhuma ameaça de sanção ao regime Assad como as contempladas pelo capítulo 7 da Carta das Nações Unidas.
A minuta que a Rússia passou aos membros do Conselho de Segurança solicita aos Estados-membros da ONU e a todas as partes na Síria que cumpram os pontos incluídos no plano de transição proposto pelo Grupo de Ação para a Síria em sua reunião de 30 de junho passado em Genebra.
O Grupo de Ação para a Síria, integrado pela China, Rússia, EUA, França, Reino Unido, Turquia, Liga Árabe, ONU e União Europeia, propõe a formação de um governo transitório que inclua figuras do regime e da oposição, que inicie a transição para pôr fim a um conflito que já dura 16 meses.