Edward Snowden, funcionário da Inteligência americana que revelou informações sigilosas: autoridade russa o defendeu como um "defensor dos direitos humanos" (REUTERS / Ewen MacAskill / The Guardian)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2013 às 09h43.
Moscou - A Rússia estaria disposta a estudar uma solicitação de asilo do ex-técnico da CIA Edward Snowden, responsável pelo vazamento de dois programas secretos do governo dos Estados Unidos para espionar ligações telefônicas e digitais de milhões de americanos.
"Atuaremos de acordo com a evolução dos fatos. Se tal solicitação for encaminhada, teremos que estudá-la", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, em declarações publicadas nesta terça-feira pelo jornal local "Kommersant".
Snowden assumiu ser o responsável por divulgar à imprensa os arquivos sigilosos sobre a vigilância de milhões de usuários realizada pela Agência Nacional de Inteligência (NSA), cujo objetivo declarado era espionar suspeitos de terrorismo e garantir a segurança nacional na área de telecomunicações.
"Seria uma boa ideia", assinalou ao jornal "Kommersant" Robert Shleguel, membro do comitê de política informativa da Duma (Câmara dos Deputados). Segundo o jornal russo, Snowden se encontra neste momento em Hong Kong, país que conta com um consulado russo.
O chefe do comitê de Assuntos Internacionais da Duma, Alexei Pushkov, assegurou que, "ao escutar as ligações telefônicas e rastrear internet, os serviços secretos dos Estados Unidos violaram suas próprias leis".
"Snowden, da mesma forma que (o fundador do portal Wikileaks, Julian) Assange, é um defensor dos direitos humanos", afirmou Pushkov.
O chefe do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma se mostrou convencido que, se a Rússia decidir conceder asilo a Snowden, "os Estados Unidos ficarão histéricos", já que "só eles se acham nesse direito".
"Ao prometer asilo a Snowden, Moscou assume sua política de defesa aos perseguidos por motivos políticos", acrescentou Pushkov.
O Departamento de Justiça dos EUA já iniciou uma investigação sobre o ex-técnico da CIA, de 29 anos. Caso o mesmo seja acusado pela divulgação de dados sigilosos, ele também poderia reivindicar sua extradição a Hong Kong, já que existe um tratado bilateral a esse respeito.