Rebeldes se deslocam em um tanque, na cidade síria de Jisr al-Shughur: tanto Moscou quanto Washington dizem que seu inimigo é o Estado Islâmico (Ali Nasser/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 13h06.
Moscou - A Rússia pediu aos Estados Unidos nesta sexta-feira que retomem a cooperação militar direta para evitar “incidentes involuntários” perto da Síria, no momento em que autoridades norte-americanas afirmam que Moscou está reforçando a proteção ao governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Os Estados Unidos estão liderando uma campanha de ataques aéreos contra combatentes do Estado Islâmico no espaço aéreo da Síria, e uma maior presença russa criaria a possibilidade de os ex-inimigos da Guerra Fria se reencontrarem no campo de batalha.
Tanto Moscou quanto Washington dizem que seu inimigo é o Estado Islâmico. Mas a Rússia apoia Assad no poder, enquanto os EUA afirmam que a manutenção do líder piora a situação.
Nos últimos dias, autoridades dos EUA descreveram o que classificam como um aumento de equipamento e pessoal russo em solo sírio.
Fontes libanesas disseram à Reuters que pelo menos alguns soldados russos estão envolvidos agora em operações de combate em apoio ao gabinete de Assad. Moscou não quis comentar estes relatos.
Em uma coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, declarou que seu país está enviando equipamentos para ajudar Assad a combater o Estado Islâmico.
Há efetivos russos na Síria, disse, essencialmente para ajudar na manutenção dos equipamentos e ensinar os soldados sírios a usá-los.
A Rússia também está realizando exercícios navais no leste do Mar Mediterrâneo, informou, descrevendo as manobras como algo planejado há tempos e conduzido de acordo com as leis internacionais.
Lavrov culpou Washington por interromper as comunicações entre os militares da Rússia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por conta da crise na Ucrânia, dizendo que tais contatos são “importantes para se evitar incidentes indesejados e involuntários”.
“Sempre somos favoráveis a que os militares conversem entre si de maneira profissional. Eles se entendem muito bem”, afirmou Lavrov.
“Se, como (o secretário de Estado norte-americano) John Kerry disse muitas vezes, os Estados Unidos querem que esse canais sejam interrompidos, fiquem à vontade”.