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Rússia ordena conclusão dos reparos na ponte da Crimeia até julho de 2023

Ponte foi parcialmente destruída em um ataque atribuído à Ucrânia

Ponte é a maior da Europa e liga o país a Crimeia (Pavel Rebrov/Reuters)

Ponte é a maior da Europa e liga o país a Crimeia (Pavel Rebrov/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 10h59.

Última atualização em 14 de outubro de 2022 às 11h01.

O governo da Rússia anunciou nesta sexta-feira (14) que estabeleceu prazo até 1º de julho de 2023 para a conclusão dos reparos na ponte da Crimeia, parcialmente destruída em um ataque atribuído à Ucrânia, um revés para Moscou, que respondeu durante a semana com grandes bombardeios.

Após os ataques russos conta a infraestrutura civil e de energia da Ucrânia, o presidente deste país, Volodymyr Zelensky, prometeu a vitória do exército no Dia dos Defensores, que é celebrado pela primeira vez desde que a Rússia iniciou a ofensiva, há quase oito meses.

"Em 14 de outubro, agradecemos a todos aqueles que lutaram pela Ucrânia no passado e todos aqueles que lutam por ela agora, aqueles que venceram no passado e aqueles que certamente vencerão agora", declarou Zelensky em um vídeo.

O avanço das tropas ucranianas no sul, na região de Kherson, levou as autoridades designadas pelo Kremlin a pedir a retirada dos civis, um novo sinal das dificuldades que os russos enfrentam diante da contraofensiva de Kiev.

No leste do país, no entanto, as tropas russas e pró-Moscou seguem avançando em direção a Bakhmut, que a Rússia tenta conquistar desde agosto.

Controlar esta localidade permitiria a Moscou avançar para outras duas cidaides controladas por Kiev na região de Donetsk: Kramatorsk e Sloviansk.

- "Juntos rumo à vitória" -

Apesar do avanço russo nesta região do país, o comandante do exército ucraniano, Valery Zalujny, agradeceu as tropas do país e destacou que os militares "pararam a invasão e enterraram o mito da invencibilidade do exército russo".  "Juntos rumo à vitória", afirmou.

As autoridades ucranianas expressaram sua determinação durante as celebrações, apesar dos bombardeios russos em larga escala desta semana em represália à explosão que destruiu parcialmente a ponte que liga a Rússia com a Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

A Ucrânia não confirmou nem negou o envolvimento neste ataque atribuído por Moscou a um caminhão-bomba.

A Rússia não detalhou os danos sofridos pela ponte, mas o primeiro-ministro Mikhail Mishustin assinou um decreto que determina a reconstrução até 1º de julho do próximo ano.

Dois trechos da rodovia desabaram e a ferrovia sofreu um grande incêndio.

Desde então, a Rússia reabriu parcialmente o tráfego rodoviário e ferroviário na ponte, mas o mesmo continua limitado devido aos danos.

O viaduto, construído por ordem do presidente russo Vladimir Putin, é crucial para o abastecimiento das tropas russas que ocupam o sul da Ucrânia e enfrentam a contraofensiva de Kiev.

- Oportunidade para sair -

Na quinta-feira, a Rússia anunciou que pretende organizar a regirada dos habitantes da região de Kherson após um apelo por ajuda do chefe da administração regional de ocupação, Vladimir Saldo.

Kirill Stremossov, outro dirigente pró-Rússia da região anexada por Moscou no fim de setembro, pediu à população que aproveite "a oportunidade de uma estadia humanitária e de descanso na Rússia".

"Não é um segredo para ninguém que os disparos na região de Kherson são perigosos, em particular para a população civil", afirmou no Telegram.

Em Bakhmut, leste do país, as forças russas e os separatistas afirmam que estão em uma boa posição para conquistar a cidade.

Andrei Marochko, representante das tropas separatistas da região vizinha de Lugansk, mas que lutam na área de Bakhmut, relatou "combates em curso na localidade" e que as tropas ucranianas estão sendo empurradas para o noroeste e oeste da cidade.

Esta área é a única na Ucrânia em que as tropas russas executam movimentos de ataque, após várias derrotas militares no restante do país.

A representante especial da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, denunciou que os estupros e as agressões sexuais atribuídas às forças russas na Ucrânia constituem "uma estratégia militar" e uma "tática deliberada para desumanizar as vítimas".

Os recentes fracassos militares russos levaram Vladimir Putin a reivindicar a anexação de quatro regiões ucranianas ocupadas e a ordenar a mobilização de centenas de milhares de reservistas.

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