Mundo

Rússia nega ter reforçado sua presença militar na Síria

O chanceler russo, no entanto, admitiu que os aviões russos com destino à Síria não apenas transportavam ajuda humanitária, assim como equipamentos militares


	O chanceler russo, Sergei Lavrov: "Especialistas militares russos trabalham na Síria, ajudam o exército sírio a aprender a utilizar nossas armas"
 (Alexander Nemenov/AFP)

O chanceler russo, Sergei Lavrov: "Especialistas militares russos trabalham na Síria, ajudam o exército sírio a aprender a utilizar nossas armas" (Alexander Nemenov/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2015 às 11h12.

A Rússia não tomou medidas extras para reforçar sua presença militar na Síria, afirmou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, depois que Washington manifestou sua preocupação quanto à intensificação das atividades militares russas no país.

"Especialistas militares russos trabalham na Síria, ajudam o exército sírio a aprender a utilizar nossas armas. A Rússia não tomou qualquer medida suplementar para reforçar sua presença", declarou Lavrov durante uma coletiva de imprensa com seu colega do Sudão do Sul, Barnaba Marial Benjamin.

"E se for necessário tomá-las, vamos fazer isso de acordo com nossas leis, com o direito internacional, com nossas obrigações internacionais e apenas sob pedido e o acordo do governo sírio e dos governos dos outros países da região", acrescentou.

O chanceler, no entanto, admitiu que os aviões russos com destino à Síria, que provocaram o receio dos Estados Unidos e da Bulgária, não apenas transportavam ajuda humanitária, assim como equipamentos militares.

"Os aviões tinham equipamentos militares conforme os contratos existentes", declarou Lavrov. Na véspera, um funcionários americano afirmou que a Rússia continua aumentando a presença militar na Síria e enviou veículos de transporte de tropas, navios de desembarque blindados e pequena quantidade de homens neste país devastado pela guerra.

A atividade militar de Moscou tem foco no aeroporto internacional Bassel al-Asad, ao sul de Latakia, na costa mediterrânea da Síria, e na instalação naval russa em Tartus, um pouco mais ao sul.

O funcionário disse, sob condição de ter sua identidade preservada, que no último dia pousou no aeroporto outra aeronave de transporte militar Condor Antonov-124, aumentando para quatro o total de aeronaves de carga nos últimos dias.

Além disso, dois anfíbios blindados chegaram a Tartus e cerca de uma dúzia de veículos blindados russos foram localizados no aeroporto Bassel al-Asad, nome do irmão mais velho do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Segundo o informante, tropas da infantaria naval russa chegaram à Síria, embora seu papel provavelmente seja proteger os equipamentos militares que entram, antes de realizar qualquer tipo de movimentação no terreno.

"Vimos efetivos ali", disse o funcionário. "Certamente há algumas tropas ali".

Ele afirmou que não há sinais imediatos de que a Rússia tenha entrado qualquer armamento pesado ou ordinário. Um oficial militar americano disse que "menos de 50" militares russos tinham chegado à área.

A Bulgária, por sua vez, anunciou na quarta-feira que pensa em autorizar que os aviões russos com destino à Síria cruzem seu espaço aéreo, desde que Moscou permita uma inspeção da carga.

"Se nossos colegas russos permitirem que suas aeronaves sejam inspecionadas em um aeroporto búlgaro, então vamos dar a permissão", declarou o ministro búlgaro das Relações Exteriores, Daniel Mitov, à imprensa.

Sofia havia se nagado até o momento a autorizar os voos. De acordo com informações não confirmadas pelo governo búlgaro, Washington havia solicitado à Bulgária e Grécia que rejeitassem o pedido de Moscou, alegando que os aviões russos transportam ajuda militar para as forças do regime de Bashar al-Assad.

A Grécia confirmou que o governo americano havia solicitado a rejeição do pedido russo.

Passar pelo espaço aéreo búlgaro ou grego permitiria aos aviões russos evitar a Turquia e o Irã.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBashar al-AssadEuropaPolíticosRússiaSíria

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA