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Rússia nega ter provocado queda de drone americano no Mar Negro

A colisão parece ter ocorrido no espaço aéreo em frente à cidade ucraniana de Odessa, segundo o Instituto Naval dos Estados Unidos

Rússia x Estados Unidos: O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, denunciou "uma temeridade" por parte dos russos (AFP/AFP)

Rússia x Estados Unidos: O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, denunciou "uma temeridade" por parte dos russos (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 14 de março de 2023 às 20h57.

Os Estados Unidos acusaram, nesta terça-feira, 14, a força aérea russa de ter "interceptado e colidido" com um drone americano Reaper sobre o Mar Negro, causando a queda do mesmo, ato que Washington classificou de "temerário". Moscou negou envolvimento no ocorrido.

"Nosso drone MQ-9 realizava operações de rotina no espaço aéreo internacional, quando foi interceptado e atingido por um avião russo, o que resultou em um acidente e na perda total do MQ-9",informou o general James Hecker, comandante da Força Aérea americana na Europa, confirmando uma informação revelada pela AFP, que dava conta de um incidente com um Reaper no Mar Negro.

"Trata-se de um ato perigoso e não profissional da parte dos russos", afirmou o general, acrescentando que "os drones dos Estados Unidos e aliados continuarão operando no espaço aéreo internacional". Além disso, convocou os russos a "se comportarem de forma segura e profissional".

"As ações agressivas das tripulações russas poderiam resultar em erros de cálculo e em uma escalada involuntária", advertiu o Exército americano.

Clima de tensão entre Rússia e Estados Unidos

A colisão parece ter ocorrido no espaço aéreo em frente à cidade ucraniana de Odessa, segundo o Instituto Naval dos Estados Unidos.

O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, denunciou "uma temeridade" por parte dos russos, observando que, embora aviões russos já tenham interceptado drones americanos em outras ocasiões, o incidente atual "foi único", porque levou à perda do Reaper.

Em sinal de protesto, o embaixador russo em Washington foi convocado ao Departamento de Estado na tarde desta terça-feira, e o embaixador americano em Moscou transmitiu um protesto por escrito, em mensagem ao Ministério das Relações Exteriores russo.

"Estamos em contato direto com os russos, novamente em níveis superiores, para transmitir nossa forte objeção a essa interceptação insegura e pouco profissional, que provocou a queda do avião americano não tripulado", declarou o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price.

O Exército russo negou ter provocado a queda do aparelho, embora tenha admitido que dois de seus caças interceptaram hoje o drone americano. "Após uma manobra brutal, o drone MQ-9 iniciou um voo descontrolado, com perda de altitude, e se chocou com a superfície da água", descreveu o Ministério da Defesa da Rússia, afirmando que os caças não atiraram, nem tiveram contato com o drone.

Interações no Mar Negro

O Mar Negro é uma área monitorada de perto pela Otan desde o começo da guerra na Ucrânia. Seu céu costuma ser palco de interações entre drones e aviões de países da Otan e das Forças Armadas russas.

Com a crise atual, houve um aumento das atividades de reconhecimento em direção à Crimeia "e, dependendo da situação, isso pode irritar os russos. Ainda mais considerando que houve atividades de reconhecimento ocidentais para a Ucrânia", indicou um especialista francês, que não quis ser identificado.

O drone Reaper, fabricado pela empresa americana General Atomics, é uma aeronave pilotada à distância do tipo Male (média altitude e longo alcance). O aparelho é equipado com sensores ultramodernos, para realizar operações de vigilância a uma velocidade de cruzeiro de 335km/h.

Com uma envergadura de 20 metros, o drone tem uma autonomia de mais de 24 horas de voo e pode transportar vários tipos de armamento, como bombas guiadas por laser ou GPS, e mísseis Hellfire. Sua tripulação em terra é composta por quatro pessoas.

Além dos Estados Unidos, vários Exércitos europeus contam com drones Reaper, entre eles os do Reino Unido e da Itália, França e Espanha.

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