Viktor Yanukovich: pouco após chegar ao poder, o agora deposto presidente ucraniano prorrogou até 2042 presença da frota russa no Mar Negro na Crimeia (Konstantin Chernichkin/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 19h31.
Moscou - O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigú, negou nesta quarta-feira que o alerta das unidades militares no oeste e centro do país ordenado pelo presidente, Vladimir Putin, esteja relacionado aos eventos na Ucrânia.
"Na realidade, a revisão não está vinculada a esses eventos", afirmou Shoigú, citado pelas agências locais.
Embora afirme que os exercícios acontecerão perto das fronteiras com outros países, incluído a Ucrânia, ele destacou que o principal objetivo é comprovar a capacidade de combate das Forças Armadas.
Além disso, ressaltou que a Rússia toma as medidas necessárias para garantir a segurança de suas bases no exterior, incluindo a base naval que está no porto ucraniano de Sebastopol (Crimeia).
Pouco após chegar ao poder, o agora deposto presidente ucraniano Viktor Yanukovich, prorrogou até 2042 a presença da frota russa no Mar Negro na Crimeia, que expirava em 2017, o que provocou protestos dos opositores.
Segundo Shoigú, também estão em alerta o 2º Exército da Circunscrição Militar Centro, os comandantes da Força Área, das Tropas Aerotransportadas, da Aviação Estratégica e de Transporte.
"O comandante supremo (Putin) colocou a missão de comprovar a disposição combativa das tropas em ações para resolver situações de crise que representam uma ameaça para a segurança do país", declarou.
O ministro da Defesa adiantou que todas as unidades que participam dos exercícios voltarão a seus lugares antes de 7 de março. Por sua vez, a presidente do Senado, Valentina Matviyenko, descartou hoje que a Rússia vá interferir nos assuntos internos da Ucrânia.
"A Rússia declarou e insiste em sua postura sobre que não temos direito e não podemos nos intrometer nos assuntos internos de um Estado soberano", disse.
Suas afirmações praticamente coincidiram com as acusações de três ex-presidentes da Ucrânia, Leonid Kravchuk, Leonid Kuchma e Viktor Yushchenko, que denunciaram a intervenção da Rússia nos assuntos internos ucranianos, em particular na Crimeia.
"A Rússia, que o tempo todo é acusada de "interferência" nos assuntos internos da Ucrânia, recorre agora à intervenção direta na vida política na Crimeia", afirmou a declaração conjunta dos ex-presidentes.