Guerra na Síria: a ONU e países ocidentais criticam a suposta operação organizada pelo regime sírio e seus aliados (Omar Sanadiki/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de setembro de 2018 às 15h44.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, negou nesta sexta-feira (14) que se esteja preparando uma grande ofensiva síria contra a província rebelde de Idlib, e garantiu que Moscou quer proteger os civis das operações em curso.
A ONU e os países ocidentais temem uma catástrofe humanitária, enquanto há várias semanas o governo reúne reforços militares ao redor deste último bastião rebelde na Síria.
"O que se nos apresenta atualmente como o início de uma ofensiva das forças sírias com o apoio russo é uma representação dos fatos de má-fé. As forças sírias e nós apenas reagimos aos ataques da zona de Idlib", afirmou Lavrov, falando durante um foro germano-russo em Berlim.
Segundo o chanceler, a Rússia fará todo o possível para proteger a vida dos civis.
"Na medida do possível, vamos abordar essas questões com cuidado. Vamos estabelecer corredores humanitários, estabelecer [acordos] locais de trégua e faremos todo o possível para que a população civil não sofra", acrescentou o chefe da diplomacia russa.
A região de Idlib é o último bastião da oposição armada ao presidente Bashar al-Assad, mas o grupo extremista Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), composto principalmente pelo antigo braço da Al-Qaeda na Síria, controla 60%.
Cerca de três milhões de pessoas, metade das quais já se deslocou para outras regiões da Síria, vivem em Idlib e nas zonas insurgentes vizinhas, segundo a ONU.