Bashar Al Assad e Vladimir Putin: a Casa Branca espera que Assad permaneça no poder até março de 2017 (Reuters / Alexei Druzhinin)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 10h35.
Moscou - A Rússia negou nesta quinta-feira nas reuniões em Viena para a regulação do conflito na Síria que acordou que o presidente do país, Bashar Al Assad, deixará o poder depois de março de 2017.
"Pode ser que eles (EUA) tenham tais planos, mas isso não foi o acordado em Viena", disse Mikhail Bogdanov, vice-ministro das Relações Exteriores, à agência "Interfax".
Bogdanov ressaltou que a Rússia mantém inváriavel sua postura de que "o futuro da Síria, incluído seus dirigentes, será decidido pelo povo sírio".
"Isso é o que está escrito nos acordos de Viena", acrescentou.
Segundo informou a imprensa americana, que cita documentos oficiais, a Casa Branca espera que Assad permaneça no poder até março de 2017, de acordo com o processo de transição política na Síria.
A princípio, um governo de transição substituiria o regime de Assad e depois seriam realizadas novas eleições em agosto de 2017 com a participação da oposição.
Em Viena foi acordada a convocação das eleições e a aprovação de uma nova Constituição, e foi abordada uma possível cessação do fogo, que não incluiria os jihadistas, mas não houve acordo a respeito de Assad.
Embora o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, insista em exigir a renúncia de Assad, o secretário de Estado americano, John Kerry, parece mais disposto do que nunca a permitir que o líder sírio permaneça por enquanto no poder.
A Rússia desvincula o destino de Assad de regulação política na Síria e insiste em se concentrar em iniciar o mais rápido possível as negociações entre o governo e a oposição sírias, e em expulsar o Estado Islâmico para evitar a desintegração do país.
Assad considera que conta com o apoio da maioria de seu povo e mantém que seu futuro político depende exclusivamente da vontade dos sírios expressada democraticamente em umas eleições e não pode ser decidido sob mesa por potências estrangeiras.
Da mesma forma que os russos, os iranianos descartam uma pronta renúncia de Assad, enquanto os rebeldes sírios e potências regionais como a Turquia, Arábia Saudita e Catar demandam a imediata saída do líder sírio, ao que acusam de massacrar a seu povo.