Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu: militares de vários países, entre eles a Rússia, participarão junto com analistas da ONU no desmantelamento das armas químicas, diz imprensa (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 11h20.
Moscou - A Rússia não planeja por enquanto contribuir para o desmantelamento do arsenal químico sírio destruindo as armas do regime de Bashar al-Assad em seu território, disse nesta quinta-feira o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.
"Não. Para isso é necessária uma decisão. Entre estar disposto e poder fazer há diferença", afirmou o ministro ao ser perguntado pela agência russa "Interfax".
Informações recentes indicavam a possibilidade da Rússia oferecer seu próprio território para aplicar o previsto no acordo alcançado entre os ministros das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e americano, John Kerry, para colocar sob controle internacional e posteriormente destruir o arsenal químico de Damasco
O especialista russo Yevgueni Buzhinski disse hoje que a ajuda de Moscou para a eliminação das armas químicas do regime de Bashar al-Assad pode consistir no fornecimento de complexos móveis para a destruição de armas ou a construção destas instalações na Síria.
"Por enquanto não está claro como a Rússia pode tomar parte nisto (destruição das armas). Apareceram algumas informações de que a Rússia estaria disposta a transferir (para seu território) as armas químicas. Mas isso só poderia ser feito por mar", afirmou Buzhinski à agência oficial "RIA Novosti".
"E se não há transferência, a Rússia ajudaria construindo fábricas ou com a vigilância destas armas? Por enquanto tudo são perguntas. Não imagino como construir uma fábrica para a destruição de armas químicas no meio de uma situação bélica", argumentou.
Segundo publicou hoje o jornal russo "Kommersant", militares de vários países, entre eles a Rússia, participarão junto com analistas da ONU no desmantelamento das armas químicas do regime sírio.
"No Ministério da Defesa atualmente estão sendo realizadas consultas sobre a composição quantitativa do contingente que pode ser enviado à Síria", afirmou o jornal ao citar uma fonte do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia.