Governo russo defendeu o início, o mais rápido possível, de negociações de paz (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2014 às 14h52.
Moscou - A Rússia lamentou hoje (1º) o recomeço das operações militares ucranianas contra os separatistas do Leste e pediu a seus parceiros estrangeiros que parem de usar Moscou em "jogos geopolíticos".
O governo russo defendeu o início, o mais rápido possível, de negociações de paz e prometeu "facilitar plenamente" o processo. "Estamos convencidos de que os esforços para trazer a situação de volta à mesa de negociação devem continuar", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.
Segundo Lavrov, causou "profundo pesar" a decisão do presidente ucraniano, Petro Porochenko, de não prolongar a trégua, após consultas à Rússia, França e Alemanha, o último dia 30. O ministro deu a entender também que pode ter havido intromissão externa na decisão. "Tem-se a impressão de que a mudança na posição de Kiev (...) não ocorreu sem influência externa", disse ele.
O presidente ucraniano anunciou que não prolongaria a trégua de dez dias, apesar de um raro momento de acordo entre a Rússia, a França e a Alemanha, que tinham entrado em contato com seu governo pedindo o prolongamento desse período e novas negociações com os separatistas do Leste ucraniano.
O governo russo acusou alguns países de fazer uso político da crise na Ucrânia. "De novo pedimos a nossos parceiros para parar de usar a Ucrânia como moeda de troca em jogos geopolíticos", declarou Lavrov. O Ocidente ameaçou impor novas sanções à Rússia, que podem ter como alvo a economia local, já com dificuldades, a menos que o govero pressione explicitamente os separatistas ucranianos para cessar o confronto.
A Rússia propôs instalar na fronteira guardas ucranianos e observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa para ajudar a controlar a situação, diz comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros. "Se o senso comum prevalecer e a trégua for prolongada, estamos prontos para, em conjunto com nossos parceiros, começar a implementar os acordos", informou o ministério.