Os jogos de guerra acontecem no momento em que os laços entre Rússia e o Ocidente estão tensos em razão da crise ucraniana e quando o Ocidente também reforça sua prontidão militar (Vasily Fedosenko/Reuters/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2015 às 12h07.
Moscou - As Forças Armadas russas lançaram nesta segunda-feira amplas manobras militares no Ártico e em outras áreas, numa demonstração de força ordenada pelo presidente Vladimir Putin em meio a tensões no leste da Ucrânia.
Os cinco dias de exercícios envolvem 38 mil militares, mais de 50 embarcações de superfície e submarinos e 110 aeronaves com o objetivo de verificar a prontidão da Frota do Norte da Rússia e a capacidade dos militares de enviar forças adicionais a partir da região central russa.
O ministro da Defesa Sergei Shoigu disse que "novos desafios e ameaças militares exigem maior aumento das capacidades das Forças Armadas".
Como parte dos exercícios, os militares vão verificar a capacidade de reforçar suas forças nos arquipélagos de Novaya Zemlya e
Terra de Francisco José, ambos no Ártico, e proteger suas fronteiras no mar, céu e terra, disse Shoigu em declarações feitas na televisão.
Outras tarefas incluirão o transporte aéreo de forças especiais para localizações distantes e esforços para conter o afastamento de inimigos.
Exercícios militares também foram iniciados em outras partes do país. Cerca de 3 mil militares estão na ilha Sakhalin, na península de Kamchatka e outras áreas no extremo leste.
No sul da Sibéria, a força aérea russa lançou manobras no campo de tiro de Buryatia. No sudoeste da Rússia, cerca de 500 soldados realizavam treinos táticos em campos de tiro na região de Stavropol.
Os jogos de guerra acontecem no momento em que os laços entre Rússia e o Ocidente estão tensos em razão da crise ucraniana e quando o Ocidente também reforça sua prontidão militar.
Os Estados Unidos planejam realizar exercícios militares conjuntos com Estônia, Letônia e Lituânia ainda neste mês.
Em documentário levado ao ar pela televisão estatal na noite de domingo, Putin diz que no ano passado a Rússia estava pronta para colocar suas armas nucleares em estado de alerta durante as tensões por causa da península da Crimeia e a queda do presidente da Ucrânia, ligado a Moscou.
Forças russas rapidamente tomaram a Crimeia após a queda do presidente Viktor Yanukovich, bloqueando as tropas ucranianas em suas bases e definindo o cenário para a realização de um referendo convocado às pressas. A Rússia anexou a Crimeia em 19 de março de 2014.