O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov (Yuri Kadobnov/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2012 às 13h39.
Munique - O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, exigiu neste sábado que a resolução do Conselho de Segurança da ONU condene também a violência dos militares rebeldes para poder aprová-la.
Suas declarações foram dadas durante o segundo dia da Conferência de Segurança de Munique (MSC), o 'Davos' de política externa e Defesa, que até domingo reúne dezenas de ministros, militares, empresários e especialistas da área de mais de 70 países.
'A proposta de resolução condena a violência do Exército sírio, mas deve condenar também a violência exercida pelos militares rebeldes', afirmou Lavrov, que criticou a atuação do Exército Livre Sírio (ELS).
O chanceler russo indicou que na minuta de resolução que está sendo estudada em Nova York são detalhadas 'reivindicações muito específicas' para o regime de Bashar Al Assad, mas não para os militares rebeldes que também recorrem à violência contra civis e edifícios governamentais.
Além disso, Lavrov considerou que também é preciso modificar na resolução o plano indicado para desenvolver o denominado 'diálogo nacional', que segue o calendário proposto pela Liga Árabe, ao considerar que é não adequado e sua aplicação é difícil.
'Não é que esta resolução não tenha futuro. Mas devemos modificar estes dois problemas', acrescentou.
O ministro também desdenhou das críticas contra a Rússia por bloquear o aumento da pressão internacional contra o regime sírio no Conselho de Segurança, após dez meses de protestos e cerca de 6 mil mortes, segundo os cálculos das Nações Unidas.
'Não somos amigos nem aliados de Assad. Nós apoiamos a chamada por mudança do povo sírio', declarou Lavrov, que em seguida falou dos conceitos de não ingerência em assuntos internos e de diálogo sem requisitos prévios.
Além disso, Lavrov lembrou que a Rússia apresentou uma minuta de resolução sobre a Síria em dezembro, mas que foi rejeitada por alguns membros do Conselho de Segurança, que começaram a trabalhar em uma nova liderados pela França.
A agenda desta edição da MSC, uma iniciativa privada com 48 anos de trajetória, está centrada no programa nuclear iraniano, a revolução síria, o conflito entre israelenses e palestinos, a segurança energética global, e a posição da Europa no contexto internacional do ponto de vista da crise e da decolagem asiática capitaneada pela China.
Além de Lavrov, a reunião conta neste ano com a presença da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, e os ministros das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, Alemanha, Guido Westerwelle e Espanha, José Manuel García-Margallo, entre outros.