Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de fomentar a revolta no leste ucraniano (Arnd Wiegmann/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2014 às 19h11.
A Rússia enviou um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira pedindo o fim da violência e a implementação de uma agenda de pacificação preparada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), disse o embaixador russo na entidade, Vitaly Churkin.
"Trata-se de um texto curto, mas acho que cobre a variedade de temas que temos diante de nós no leste da Ucrânia", declarou Churkin a repórteres, depois de circular o projeto pelo conselho formado por 15 países.
A agenda de pacificação foi elaborada pela OSCE em maio para dar ímpeto a um acordo alcançado em Genebra por União Europeia, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos para tentar pôr fim à crise ucraniana.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, acusou Kiev de não cumprir o acordo de Genebra ou a agenda de pacificação e culpou o país por não conseguir conter a violência no leste ucraniano, onde suas tropas combatem separatistas pró-Rússia que controlam várias cidades.
Churkin afirmou que o projeto de resolução “conclama todas as partes a conter ações que ameacem as vidas e a segurança da população, infraestrutura civis e bens humanitários”.
“O texto pede que encerrem imediatamente a violência e concordem com um cessar-fogo sustentado”, disse. Churkin afirmou que especialistas dos países membros do conselho irão se reunir na sexta-feira para discutir o projeto.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de fomentar a revolta no leste ucraniano, o que Moscou nega. Os rebeldes separatistas pediram à Rússia que envie tropas pacificadoras, mas Lavrov disse que a situação não garante seu deslocamento.
A Rússia enviou outro projeto curto de resolução aos membros do conselho no começo deste mês pedindo corredores humanitários no leste da Ucrânia, mas os membros ocidentais questionaram se havia uma crise humanitária.
Churkin declarou que o projeto de resolução entregue nesta quinta-feira se sobrepõe à resolução anterior e não inclui mais o pedido de corredores humanitários. Membros ocidentais do Conselho de Segurança disseram que irão estudar o novo texto.