Condições semelhantes só aconteceram cinco vezes na história do país. (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Moscou - Uma das mais ferozes ondas de calor da história russa toma conta do país, danificando plantações e provocando um alerta na saúde pública para que sejam feitas siestas após o almoço, a estilo dos espanhóis. Essa é a pior seca dos últimos 130 anos na Rússia.
Algumas partes da parte europeia da Rússia, a região do Rio Volga, o sul dos Montes Urais e a Sibéria sofrem com o calor escaldante, que começou no final de junho e muitas vezes chega aos 40 graus Celsius (104 Fahrenheit) na sombra.
Condições semelhantes ocorreram apenas cinco vezes - em 1919, 1920, 1936, 1938 e 1972 - desde que a Rússia começou a registrar as temperaturas, há 130 anos, segundo Valery Lukyanov, representante do principal centro de previsão do tempo do país.
"Este é o sexto ano da história que o fim de junho e o início de Julho representaram uma ameaça real sob o ponto de vista de temperaturas anormais", disse Lukyanov, acrescentando que Moscou poderia quebrar seu próprio recorde se as temperaturas chegarem a 37ºC.
O atual recorde da capital russa é de 36,6ºC, registrados em 1936, de acordo com Lukyanov. "Que Deus nos proíba de atingir tal recorde", acrescentou.
Segundo a União de Grãos da Rússia, um lobby da indústria, a seca na Rússia já danificou 9 milhões de hectares, cerca de um quinto da área total plantada para a safra deste ano.
O diário de negócios Kommersant, citando estimativas das empresas de agronegócio, disse na última terça-feira que as perdas combinadas do setor agrícola da Rússia poderiam totalizar US$ 1 bilhão este ano.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, convocou na última segunda uma reunião de emergência sobre como ajudar os agricultores a enfrentar a seca.
O calor, contudo, é um presente para os vendedores de sorvetes, refrigerantes e cerveja. Restaurantes com áreas externas estão lotados e as vendas de ar condicionado e ventiladores dispararam.