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Rússia e Síria acusam Israel de ataque à base militar em território sírio

Pelo menos 14 pessoas morreram nesta segunda feira após ataque em base militar síria

Síria: o ataque contra a base militar síria aconteceu dois dias após o ataque químico em Ghouta (White Helmets/Reuters TV/Reuters)

Síria: o ataque contra a base militar síria aconteceu dois dias após o ataque químico em Ghouta (White Helmets/Reuters TV/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de abril de 2018 às 10h11.

Última atualização em 9 de abril de 2018 às 11h09.

Síria e Rússia acusaram Israel por um bombardeio nesta segunda-feira contra uma base militar síria no centro do país, que teria deixado ao menos 14 mortos, dois dias depois de um suposto ataque químico condenado pela comunidade internacional.

Procurada pela AFP, uma porta-voz militar israelenses não fez comentários sobre o tema. Israel executou vários ataques contra alvos na Síria nos últimos anos.

França e Estados Unidos, que poucas horas antes ameaçaram o regime sírio com uma "resposta forte e comum" ao suposto ataque químico, negaram envolvimento no ataque à base T-4 síria que matou 14 combatentes do regime de Bashar al-Assad, incluindo iranianos, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O Conselho de Segurança da ONU pretende organizar duas reuniões nesta segunda-feira sobre o ataque químico atribuído ao regime sírio e que deixou dezenas de mortos na cidade de Duma, nas proximidades de Damasco, de acordo com serviços de emergência.

"A agressão israelense no aeroporto T-4 foi realizada por aviões F-15 que lançaram vários mísseis", afirmou uma fonte militar citada pela agência oficial síria SANA.

A agência havia acusado inicialmente o governo dos Estados Unidos, mas depois modificou sua declaração.

Na madrugada desta segunda-feira, vários mísseis atingiram a base T-4, que fica no centro do país, e também é conhecida como a base aérea de Tiyas.

A Rússia, que como o Irã apoia militarmente o regime de Assad, afirmou que Israel disparou "oito mísseis teleguiados".

Inimigos de Israel

Israel e Síria estão oficialmente em estado de guerra. As relações entre os países se encontram no nível máximo de tensão, ampliado pelo aumento da presença de combatentes iranianos e milicianos do Hezbollah libanês em território sírio.

Quatorze militares, entre eles combatentes iranianos morreram no bombardeio contra a base aérea síria, indicou o OSDH.

"Forças russas, iranianas e do movimento libanês Hezbollah", aliados do governo sírio estão mobilizadas na base T-4, também denominada Tiyas, segundo a ONG.

Em fevereiro, Israel acusou as forças iranianas presentes na base T-4 pelo envio de um drone ao território israelense.

Depois de bombardear unidades iranianas na Síria, um F-16 de Israel foi derrubado pela Síria em um dos momentos mais violentos do conflito.

"Os iranianos são conscientes da importância de T-4 para o Irã", afirmou o analista Nicholas Heras.

No domingo, os presidentes dos Estados Unidos e da França, Donald Trump e Emmanuel Macron, condenaram com veemência os ataques químicos de 7 de abril contra a população de Duma em Ghuta Oriental", segundo um comunicado do Palácio Eliseu, divulgado após uma conversa por telefone.

Os dois trocaram informações e análises que confirmavam a utilização de armas químicas, destacou a presidência francesa. Macron e Trump decidiram coordenar suas ações e iniciativas no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A Casa Branca informou que os dois países devem "coordenar uma resposta forte e comum".

Síria pagará caro

Trump acusou o presidente russo Vladimir Putin e o Irã de apoio ao "animal" Assad e pediu investigações sobre o ataque químico em Duma, o último reduto sob controle dos rebeldes, em Ghuta Oriental, perto de Damasco e que o regime tenta reconquistar com uma intensa ofensiva.

"O presidente Putin, a Rússia e o Irã são responsáveis por apoiarem o Animal Assad. Pagarão caro", tuitou Trump.

Os capacetes brancos, socorristas que atuam nas zonas rebeldes na Síria, um grupo insurgente e a oposição no exílio acusaram o regime de ter executado ataques com armas químicas no sábado em Duma.

O regime sírio negou qualquer ataque químico na região, que suas forças pareciam estar prestes a reconquistar no domingo.

A Rússia negou o uso de armas químicas pelo governo sírio em Duma, rebatendo as afirmações de Washington.

Moscou advertiu Washington contra uma intervenção "por pretextos fabricados".Também solicitou outra reunião do Conselho de Segurança nesta segunda-feira para abordar as "ameaças à paz no mundo", segundo fontes diplomáticas.

Os capacetes brancos e a ONG SAMS (Syrian American Medical Society) afirmaram que 48 pessoas morreram no ataque com "gás tóxico" e que foram registrados "mais de 500 casos, em sua maioria de mulheres e crianças, com sintomas de uma exposição a um agente químico".

 

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