O presidente russo, Vladimir Putin: ele e o premiê japonês, Shinzu Abe, consideram que "não é normal" que já tenham passado 67 anos desde o fim da disputa sem um acordo de paz (©AFP / Alexey Druzhinin)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2013 às 11h26.
Moscou - Rússia e Japão anunciaram nesta segunda-feira sua decisão de reiniciar as negociações para a assinatura de um tratado de paz que substitua o armistício assinado pelos dois países após o fim da Segunda Guerra Mundial.
"Os dirigentes de ambos os países manifestaram sua decisão de assinar um tratado de paz uma vez que se superem as divergências entre ambas as partes por meio de negociações", assinala uma declaração conjunta divulgada pelas agências russas.
Segundo o documento, o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro japonês, Shinzu Abe, consideram que "não é normal" que já tenham passado 67 anos desde o fim da disputa sem que os dois países tenham assinado um acordo de paz.
O comunicado conjunto precisa que as negociações estarão amparadas nas declarações e documentos bilaterais adotados no passado, o que incluiria os acordos assinados entre Moscou e Tóquio em tempos de União Soviética.
Em entrevista coletiva em Moscou, Abe reconheceu que "durante os últimos anos as negociações para assinatura de um acordo de paz se encontravam em um estado de estagnação".
"No entanto, após as conversas atuais, conseguimos firmar um acordo para retomarmos as negociações e acelerarmos este processo. Considero que este é o grande resultado de nossa reunião", afirmou o primeiro-ministro japonês.
Putin, por sua parte, explicou que tanto ele como Abe encarregou os ministros das Relações Exteriores de elaborar "uma variante mutuamente aceitável para a solução do problema".
"Porém, isso não significa que o problema estará solucionado amanhã", advertiu o chefe do Kremlin.
Moscou sempre advogou por assinar o tratado de paz pendente antes de abordar o litígio territorial das quatro ilhas Curilas, que estão sob controle russo desde fevereiro de 1946 e cuja soberania é reivindicada por Tóquio.
Enquanto considera que as Curilas do Sul ou Territórios do Norte são parte inalienável de seu território, o Japão vincula a solução deste problema à assinatura de um tratado de paz.
As quatro ilhas Curilas do Sul (Kunashiri, Etorofu, Shikotan e Habomai para os japoneses) e suas águas são ricas em pesca e produtos como ouro, prata, hidrocarbonetos e titânio.
*atualizado às 11h26